quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Arte Grátis
Vômito na parede;
Lágrimas num lenço;
Palavras sem coerência.
Prefiro um dicionário,
Muito mais os livros caros
E todos os milionários quadros.
As obras de amor ricas.
sábado, 28 de novembro de 2009
Realmente gostaria...
Depois eu volto, só não por agora...
domingo, 22 de novembro de 2009
bitter.sweet
Sentir dores em partes do corpo que não compartilham dos sistemas.
Sentir cada pulsar do coração, forte e lento.
Sentir o inspirar breve e o expirar leve, mas trazendo pulmões pesados.
Sentir em si a vida que transborda como algo etéreo.

sábado, 31 de outubro de 2009
Escondida numa nuvem, quem me vê?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009
?
Talvez seja o resumo (essa ausência de cor).
Entre o nada e o tudo;
O ser ou não.
É a linha ínfima e infinita,
Divisória dita inexistente,
Exatamente onde nos encontrarão.
O muro sem fim;
A eterna corda bamba;
O traçado por onde corre (e escorre)
As vidas, dentre suas dúvidas e insignificâncias.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
FIO DE TESEU
terça-feira, 27 de outubro de 2009
YinYang

-I
Se cada momento é único
E cada felicidade a melhor
Não há medida para a vida com alegrias.
Gera lembranças tantas que em álbum algum caberia.
Os anos passam rapidamente,
Mas tem-se a certeza do aproveitamento máximo.
As memórias -pequenos frutos dourados,
Serão doadas à Posteridade, repassadas ao Futuro
Se no meio de tudo houver Amor.
-II
Porém cada tristeza marcando-lhe a ferro em brasa,
A vida de alegrias vira escárnio e pesadelo.
O tormento dos instantes demorará a eternidade,
Mas ao piscar passará muito tempo.
A mesmice da dor o consumirá,
Os momentos escorrerão
E a existência aproxima-se do Nada:
Tão odiado, temido e às vezes esperado.
Sendo morte libertação:
Será aguardada como uma amante.
Sendo ela vítima de horror:
Há de praguejar pela quantidade insuficiente de felicidade,
Todos os dias.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
hospício - XIV
Enquanto a mente delicía-se com cores, formas e histórias, meu corpo permanece estático num cantinho escuro e sujo. Meu corpo faz do cantinho escuro e sujo. Escuro pois meus olhos cegos sugam dos arredores a luz, assim minha fuga nos sonhos torna-se ainda mais prazeirosa e alienadamente nescessária. Sujo por uma questão meramente biológica, afinal todo corpo exala odores do que é previamente absorvido.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
CÍCLICA
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Meu bêbe já sabe andar, comer só e discutir Nietzsch
E se observar as antigas postagens vê-se que hoje a qualidade está menos ruim, mas ainda longe de algo considerado realmente bom.
Esse post de aniversário não é por nenhum motivo 'de comemoração', passaram-se três anos e estou viva; penso que muita coisa não depende exatamente de mim. Por tanto sem comemorações.
Já houve mudança de layout, da personificação da autora, do local onde as postagens são enviadas\criadas. E sei que outras mudanças virão, caso tempo exista.
Quis usar esse espaço apenas para expor meus pensamentos (nada de vida pessoal), sem finalidade de divulga-los, tanto que já recebi reclamações por não ter dito "que tinha um blog antes" e por ser difícil de acha-lo, já que não aparece no google e os únicos lugares onde existem link dele são os blog's dos meus amigos. Nada disso me importa, não quero comentários por educação e pouco me incomoda se recebo apenas cinco visitas por semana. [Além do mais tenho medo que algum espertinho me ache uma gênia e roube-me ficando com os direitos autorais do que escrevo. xD]
Não posso culpar minha vida pela falta de postagens diárias, acontece que existem dias de inspiração excessiva e meses em que reviro cadernos e caixas atrás de algo descente para não deixar o blog muito tempo abandonado. Agradeço muito a quem criou a opção de programar. Antes eu simplesmente postava com datas adiantadas e perdia toda a graça da atualização.
Finalmente, agradeço a todos aqueles que me acompanharam em vida online ou não, me cobrando postagens, dando opinões sinceras, criticando meus erros ortográficos e inspirando-me, enfim, recebi todo o apoio que tenha precisado.
Sou grata, realmente muito grata, a quem quer que tenha lido esse post inteiro.
(Se chama consideração, Nath...)
carpe diem
Bolhas.
Alma leve, solta.

sábado, 10 de outubro de 2009
Primeiro o breu, completo e devorador.
Surge um ponto avermelhado, tal uma chama de vela. Seria uma luz para os desesperados?
Logo depois acende um ponto celestial, então juntos brilham simbolizando todos os tipos de esperança.
Por último, ao chão passa a reluzir algumas embarcações. Talvez seja a visão do caminho que leva a Hades, mas não com Caronte como condutor e sim com cada alma guiando-se aos ventos que crêem encherem suas velas.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
cinza
Por vezes janelas, por vezes olhos.
Encontrei no céu e preencheu a cidade.
Cobriu prédios; emitido por luzes.
Padrão de vida.
Escorre pelos canto da boca em meio a sorrisos.
A metrópole perdeu a cor...
Ou foi construida de cinzas?
domingo, 27 de setembro de 2009
:-/
Não é fase ruim, só o tempo sempre curto e escorrregadio.
Cabeça latejante e olhos ardentes; por que diabos osmose não se aplica a outras coisas?
Já que nenhuma música me acalma, com licença, estou indo me enterrar na cama.
sábado, 26 de setembro de 2009
domingo, 13 de setembro de 2009
hospício - XXXIV
Corro pelos corredores tentando achar uma saída que parece inexistente. Entro e saio de salas; tudo é muito parecido, às vezes penso andar em círculo. Uso uma estratégia que lembra Teseu em seu labirinto. Poucas vezes volto a encontrar as manchas vermelhas, entretanto aindo continuo dentro do prédio. Isso me irrita.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
ancípite
Ancípite, adj. 2 gên. (poét.) Que tem duas cabeças ou duas faces; de dois gumes; incerto. duvidoso, vacilante; (gram.) diz-se das consoantes l e r (Do lat. ancipite.)
domingo, 6 de setembro de 2009
hospício - XXXIX
Tenho a impressão de tremer como uma criança, mas meu corpo permance rígido; crio forças para continuar. O corpo ensinando a mente. Caminho até o centro do escritório e giro trezentos e sessenta graus, observando cada nuance. Meu olhar fulmina uma cortina, provavelmente há uma janela ali.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
hospício - LVII
No quarto havia tentado algumas vezes enrolar-se com vários lençóis. Ficou aquecida, mas não o suficiente, nunca o suficiente. Agora é tarde para queixar-se sobre um lençol a mais.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
out

E chega setembro, pois é acabado agosto. Foi bom mês, o pobrezinho.
Agora não é esperada a alegria, se vier não existirá reclamações.
Deixemos o tempo passar devagar entre cada célula, absorvendo-o, em vez de apenas observá-lo escorrer dentre nossas pontas de dedos.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009
quem sabe das minhas janelas?
Num copo trazer medidas iguais de tédio, compreensão e alegria. Talvez um cigarro, uma injeção e um comprimido fossem solução para problemas, entretanto, quantos mais trazem?
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Dialógos e lacunas (talvez)
-Alô?
-Oi, sou eu, fala uma voz feminina e conhecida.
-Hm. Diga.
-Já sabe que vou fazer uma macarronada?
-Ouvi algo do tipo.
-Pois é alguns amigos pediram e vou fazer.
-Quando será?
-Ah. Ainda não marquei o dia exato, tô meio sem grana. São as trevas, ela ri.
-Sei.
-Por falar em trevas de onde estou posso vê-la, bem hipnotizante se quer saber.
-Como assim?, ri nervosamente.
-Entenda de todas as maneiras possíveis e nenhuma estará errada. Mas falo da minha janela, não consigo enxergar nada através dela, uma escuridão total.
-Ah. Certo, ele não havia pensado em nada.
-É um marco se quer saber, afinal na maior parte das vezes o que digo tem um significado bem específico. Mesmo que dê margem a inúmeras interpretações.
-Sempre e sempre, amém.
Breve silêncio. Ela pergunta:
-Como está a sua mãe?
-Bem de forma geral, tem gastado mais dinheiro com rémedios agora que descobriu ter reumatismo.
-Hm. Espero que ela melhore, a minha 'tá viciada no joguinho do celular. Consigo ouvir o barulho que vem do quarto ao lado... Meu irmão teve uma crise histérica hoje.
-Como foi isso?, interroga instantaneamente.
-Ele tinha comprado... Eu sei que você não quer ouvir tudo. Ele apenas enlouqueceu. Minha mãe conseguiu acalmá-lo prometendo pizza.
-Ele não vai crescer nunca...
-Pois é... Você já provou da pizza de cheddar que vende perto da prefeitura?, questiona com certa animação.
-É meu sabor favorito de lá, diz entediado.
-Muito bom, não é? Mas só consegui comer uma fatia.
-Aguento umas três ou quatro, não como muito.
-Eu não consegui comer mais porque já tinha comido alguns biscoitos, balas e tomado refrigerante.
-Entendo. Seu regime desmoronou mesmo.
-É. Se chama depressão mais casa da mãe. Sempre me fodo nesse negócio, resmunga.
-É... Também não estou numa fase muito boa, fala indiferente.
-Mas falo a verdade. Quando estava depressiva no apartamento não queria sair para comprar comida então ficava uns dois dias comendo do pouco que tinha na geladeira. Na casa da minha madrasta era ainda melhor porque eu nem saia do quarto, mas aqui minha mãe faz questão de encher a porra da geladeira. No seu caso não tem o que se preocupar, vai passar logo. Sua intensidade permite você a gozar das coisas mais facilmente.
-De fato. Quanto a isso eu nem mesmo posso discordar.
-Bom você concordar comigo de vez em quando.
-É.
Silêncio. Ela interrompe brusca:
-Porra! O pessoal fica me cobrando macarronada. Não quero fazer não. Nem queria sair de casa esses dias, pra falar a verdade, termina num murmúrio.
-Você não precisa sair de casa pra fazer macarronada, é só uma dica. Se quiser podíamos marcar um dia que sua familia não estivesse, pra nós dois.
-Nem vai ter mais esse dia... Aconteceu quinta, agora só próximo mês, meu irmão terá uma consulta. E eu teria que ir comprar o material de todo jeito, fala de forma vaga.
-Cacete. Você tá mal mesmo, ele diz sério.
-Já tinha dito. Só não estou pior porque naquele dia falei minhas, como vocês chamaram?, "merdas". Queria beber de novo, mas sei que já não seria esse tipo de libertação que aconteceria, e também percebi que o meu público tem que ser outro. Embora eu não saiba exatamente qual deveria ser, ela ri nervosamente.
-Enfim... Acho que você deveria tomar algum calmante antidepressivo. Tem uns naturais que são legais.
-Não gosto de remédios, você sabe.
-Eu tô tomando um que é natural e sem contra-indicações. É bom ele.
-Essas coisas viciam, por mais naturais que sejam. Eu já não vivo sem açúcar, quero mais depender de nada não.
-Entendo. Tenho que desligar.
-Certo, tchau.
Ele desliga e vai até o cômodo onde um homem aguarda, visivelmente aborrecido.
-Quem era no telefone?
-Uma amiga.
-Amiga?
-Aquela que te apresentei, do macarrão.
-Sei... O que queria?
-Avisar que em breve terá uma reunião de amigos na casa dela.
-Esse tempo todo só pra isso? Quando vai ser?
-Ela não disse, e também falou umas bobagens sobre estar mal, nada sério. Esqueça isso...
Ela encara o telefone e pouco depois leva o olhar ao pulso ensanguentado, talvez devesse ter comentado sobre isso. De toda forma seria apenas mais um problema, ele devia estar ocupado, afinal desligou com tanta pressa... Talvez devesse ligar novamente e dizer que havia bebido um pouco e que mesmo não gostando de remédios tomou uma cartela de um calmante comprado numa farmácia ilegal. Não importa agora. Sente os olhos pesados, talvez se acordar marque um dia para a macarronada.
sábado, 22 de agosto de 2009
re-sumo
Umbigo: Mundo próprio.
Ar: Ambiente semi-invisível.
Atmosfera: Ambiente onírico.
Água: Lugar silencioso.
Mar: Palácio discreto.
Vento: Respiração da Terra.
Sentimentos: Química.
Caráter: Ilusão social.
Quem: Outro.
Inconsciente: Desculpa.
dizer que o tempo apaga é quase hipocrisia.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
imbecilidades e frustração



quinta-feira, 20 de agosto de 2009
hospício - II
Não lembro qual é exatamente meu nome, quanto tempo estou aqui ou onde fica. Tenho a opinião de que se não lembro não é importante.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
dance

Houve somente a decisão de ir ao lugar, o resto seguia como efeito colateral. Pessoas esbarravam. O mundo rodopiava junto consigo. Ar quente e escasso. Garganta seca; a voz rouca grita num ápice de excitação, sem motivos exatos. Talvez tudo fosse um delírio, mas não importava.
domingo, 16 de agosto de 2009
depois
A caixa comprada tinha vinte peças, seria apenas uma rápida diversão. Ela impaciente encaixou algumas antes do encontro. Ele prevendo trouxe outro quebra-cabeça, sorriu com a surpresa dela.
Ela sorriu, depois, com a concentração dele.
sábado, 15 de agosto de 2009
dezesseis peças de encaixar
Queria receber uma carta, ninguém se dá ao trabalho. Se ela tivesse palavras mórbidas e cheiro de mofo seria ainda melhor.
Ver as luzes da cidade me agrada; resolvi esperar o sol nascer e vê-las apagar. Um momento digno de poesia.
Tenho as pernas cruzadas, o caderno em meu colo, a mão direita fora da janela segurando um copo, as costas apoiadas na parede, o cabelo solto, olhos parados em algum ponto não visível; pose bem displicente, se me perguntarem, mas não irão.
A chuva vem e começa a encher o copo, continuo com a mão do lado de fora.
Uma noite pode ser noite sem lua ou estrelas, um dia não pode ser dia sem o sol.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
sono
terça-feira, 4 de agosto de 2009
hospício - I
sábado, 1 de agosto de 2009
Numa agenda velha...
Me despeço desse ano maravilhoso com muitas expectativas a serem frustradas.
Aprendi que posso amar infinitamente.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
re-forma
Também não é hora para o vermelho.
Antes de tudo é preciso preparar-se.
Faço o acabamento cuidadosamente; limpo bem cada quina.
Então pinto de 'branco', esperando o momento certo de tonalizar a alma.
E para impedir a simples uniformização salpico algumas estrelas.
Reluzindo, espero que sejam o primeiro passo rumo à verdadeira energia.
domingo, 26 de julho de 2009
11:11 PM

Esperei sentada até sonhar que partia.
Me diz que a dor vem de fonte única; engano.
Chorar adianta de muitas coisas; principal assassino do orgulho.
(Pena que lágrimas andam escassas.)
sexta-feira, 24 de julho de 2009
considerações finais
Se te prendo, és fantasma.
Se me escondo, és sombra.
Se me acomodo, és espinho.
Se viajo, vens na mala.
Maldita perseguição, da qual não sei minha parcela de culpa.
terça-feira, 21 de julho de 2009
21may
segunda-feira, 20 de julho de 2009
chuv.ah!

quarta-feira, 15 de julho de 2009
2:10 PM
Dos amigos que perco, dos amigos que descubro nunca terem sido.
Das manhãs irritantemente ensolaradas, das noites nubladas.
Do calor incômodo, do frio excessivo.
Da paixão morta, do descaso proposital; da rapidez dos enganos.
Dos, simples(eterna)mente, pensamentos.
Do inimaginável. Do incompreensivel.
Da certeza da falha ser melhor que a dúvida do acerto.
domingo, 5 de julho de 2009
Who?
O choro do pai,
E o riso do filho.
sábado, 4 de julho de 2009
quatro de dezembro de dois mil e sete
E pelo fato de não pensar duas vezes, acerto.
E quando reflito sobre tudo, inerte.
Porque amo e não deixarei, estupidez.
Por errar e errar sigo em frente, ao acertar já não sei.
Vivendo e sorrindo, sigo cantando;
Palavras silenciosas que não constroem sentido;
Melancolia escorre pelos olhos.
A medida do tempo é o tédio.
Da felicidade a tristeza.
Da guerra o interesse.
Da pureza o pecado, e nesse caso: vice-versa.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
entre melodia, afago e âmago.

Os agudos fundidos aos graves num emaranhado de notas.
Os altos e baixos ruídos englobados à música.Sendo parte indireta, para orgulho deles e desprezo dela.
A força de cada timbre interagindo às células.
Os movimento por vezes leves, por vezes bruscos.
A atmosfera encantadora do teatro.
Tudo é uma bela composição.
Transcende os sentidos e acalenta a alma.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Ruídos:

Ranger de solas.
Estalos de cadeiras.
Arrastar de sapatos.
Tilinar de pulseiras.
Roçar de tecidos.
Passar de folhas.
Caminhar sobre madeira.
Remexer do plástico.
Cruzar de pernas.
Esticar de braços.
(Ajeitar-se.)
Sobrepassar da palma.
Respirações, bocejos.
Fungados, pigarros.
Tosses, espirros.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
nuances
domingo, 28 de junho de 2009
Marcio/Mario/Marcos/Mar.../M...
Ele falou das limitações e ilimitações do homem. A capacidade em ir a algum lugar, a capacidade de amar. Dos conflitos internos e necessidade em servir como ponto de apoio a algo.
Ele falou dos pardais. Os únicos pássaros que mesmo o homem não querendo sua presença estão lá, e lá ficarão pois é onde querem estar: junto ao homem, seus prédios e sua poluição.
Minha mente ingrata logo lembrou dos pombos e seus bandos espalhados por algumas cidades, nossos queridos ratos de asas. Porém as pessoas cultivam os pombos, dão-lhes comida -mesmo que seja o lixo jogado a esmo -e abrigo -mesmo que sejam as contruções abandonadas. Portanto meu novo amigo de vinte e sete anos estava certíssimo em suas palavras.
A brevidade de nosso encontro deixou marcas que espero lembrar-lhe num próximo. Talvez amanhã, caso seus planos falhem; talvez algum dia, caso nossos caminhos novamente se cruzem; talvez nunca, caso a morte seja rápida; talvez em sonhos, caso o espírito tenha sido embebido de suas palavras.
Sei que do seu rosto me lembrarei vagamente, assim como de seu nome exato me foge a exatidão, mas o esforço em não esquecer existe.
A lembrança física será guardada com o maior zelo, principalmente porque as memórias que me vêm do momento não são apenas das lições que ele passou de forma espontânea, mas de toda uma época de felicidade onde meus sorrisos são naturais e a busca de um rumo certo me deixa errar.
sábado, 27 de junho de 2009
Onde o que foi esquecido voltou a ter significado.

Aquele feito para você;
É uma tradução da alma;
Onde só você entenderá.
-palavras repetidas me perseguem
sexta-feira, 26 de junho de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
sábado, 20 de junho de 2009
fragmento
A beleza de formas e cores me atraem mais que o comum e essa pequena fraqueza não deve demorar-se.
Não há tédio recorrente de qualquer um dos momentos atuais, mas sei que ele espreita e aguarda o momento oportuno de possuir-me uma vez mais.
A felicidade que sinto é como uma brisa morna -leve, inconstante e passageira -e não me agarro a sua existencia, embora me agrade.
Pensamentos mal finalizados não incomodam tanto quanto deveriam e é uma pena pois gostaria de me cobrar um tanto mais.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
curto.circuito
O homem não é o nada que vai para o nada, nem para o tudo.
O homem não é o bem que se transforma em mal, nem o inverso.
O homem não é o mal que continuará mal, ou o contrário.
O homem não é o centro do universo, nem o universo está no centro do homem.
O homem não é sábio, tão pouco tolo.
O homem não é o mais forte ou fraco.
O homem não é preto no branco, nem cinza, azul, vermelho, verde ou dourado.
O homem não tem inicio ou fim.
O homem não é a medida de todas as coisas.
Todas as coisas não têm obrigatóriamente medida.
Tudo e nada não existem.
Qualquer e insubstituível também.
Para sempre é relativo, o nunca é infímo.
Vivemos numa realidade onde o inicio é julgado longe o bastante para não nos afetar e o fim, ainda mais distante, não é sequer vislumbrado em imaginações mil.
Que início para qual fim?
Não há profecia que se cumpra sem interpretações. Não há interpretações que sejam inconvenientes. Em nossos inumeros angulos um triângulo sempre encaixará num círculo.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
A fragilidade do que me forma

"Novamente a água que mancha o papel me atrapalha enquanto escorre por meus ombros. O pensamentos ficam vagos quando o raciocínio desenvolve-se dos topicos que crio para não esquecer. As palavras que me vêm, mais uma vez, não condizem com aquelas pensadas anteriormente, nada posso fazer de concreto, se isso insistir talvez eu compre um gravador e comece a verbalizar as nuvens cor-de-rosa ou o tédio que transborda da minha alma, dentre coisas simples e divertidas."
quarta-feira, 10 de junho de 2009
d'alma
Me lembro:
Nuvens acinzentadas e o vento que bagunçava meu cabelo.
Um gosto amargo e uma sensação estranha.
Uma felicidade intrigante.
Alguns sorrisos, vagamente.
Entre uma correria e outra, atrasos e inesperados.
Momentos poéticos surgem de repente nos ofuscando e preenchendo.
Celebramos mudamente e guardamos na alma o que é nosso por direito.
Ah, esses preciosos momentos...
Agora eu beberei água e juro não precisar de mais nada.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
passos aéreos

quinta-feira, 14 de maio de 2009
um post digno de um blog "normal"
E para embasar minhas queixas segue trechos das críticas de ambos, com os devidos links de origem.

http://www.omelete.com.br/cine/100019424/X_Men_Origens__Wolverine.aspx

Já em Star Trek: "O resultado, batizado simplesmente Star Trek, é revigorante. Um Tonoclen vulcano, um Viagra romulano, uma Catuaba andoriana!" Nota 5- Ou seja: muito foda.
http://www.omelete.com.br/cine/100019622/Critica__Star_Trek.aspx
quarta-feira, 13 de maio de 2009
E chega a nós outro mal-entendido
Com muita proximidade haveria mais cansaço.
Com pouco humor seria incômodo.
Com muito alvoroço inexistiria afeto.
Se fossemos menos talvez seríamos mais.
Se fossemos mais talvez seríamos menos.
Continuemos assim.
Perfeitos.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
macilência
Jorros sentimentais descritos minimamente podem ser exaustivos.
Palavras por palavras é extremamente desnecessário.
Pessoas compram quadros para colocarem em salas onde pouco visitam. Por que não comprar livros apenas pela capa? Preferem quadros com palavras?
quarta-feira, 29 de abril de 2009
definição:
Pescoço curto elevando um redondo rosto.
Corpo baixo sustentado por compridos pés.
um hobbit? O.Õ
terça-feira, 28 de abril de 2009
qui-dort-meurt
Reconte coisas que cansaram de ouvir.
Faça-se presente mesmo em incômodo.
Alimente-se de olhares, sorrisos e caretas.
Grite do telhado.
Dance na rua.
Exploda a insatisfação.
Realize seus desejos.
quem dorme morre*
segunda-feira, 27 de abril de 2009
ƸIƷ

Símbolo da psicologia...
Bailarina dos ares, nos ares.
Muitas vezes ao sabor das brisas... Náufragas flutuantes.
De leveza e delicadeza ser par.
De postura cálida e farfalhante.
Conscientes de sua formosura? Boêmias por natureza...
domingo, 26 de abril de 2009
talvez seja
Somos riso para outra boca
Somos tempo para outro relógio
Somos vida para outro corpo
Somos morte para outra espécie
Somos flores para outro jardim
Somos páginas para outras histórias
Somos resposta para outra pergunta
Somos começo para outro fim sendo fim para outro começo
Pois o término da despedida é o início da partida.
E quando dei por mim as horas já haviam passado em tamanha intensidade que achei melhor apenas esperar...
sábado, 25 de abril de 2009
observações III
Malditas reflexões de chuveiro, onde a água borra o papel.
Não é a obrigação que me enlouquece.
O silêncio das músicas.
Não é saudade o que sinto.
A dormência dos sentidos.
Não é o medo que me preenche.
A insegurança dos planos.
Não é amor o que procuro.
O desejo recíproco.
Não é dor o que me pertuba.
A ausência da minha imaginação.
Não é solidão o que me preocupa.
O fosco dos olhos.
Não é o tédio que me envenena.
A falta de cores do por do sol*.
Não é o passado que me assusta.
A descoberta do tempo ambíguo.
Não é beleza o que me atrai.
Não é o mistério que me aprisiona.
Não é a paz minha libertação.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
nessascidades
Pretendo pessar tempo suficiente para consumir sem a mínima pressa...
☼
'Tenho comigo chá de hortelã, um maço de cigarros, um livro, um belo por do sol*, papel e lápis. Que mais preciso?'
'Nesse ponto da cidade não deverias vir com menos que um revólver. Bêbes já vêm com canivetes nessas bandas.'
'Bêbes não me interessam, tão pouco tenho dinheiro que atraia outrem. Se algum malandro aparecer saco o cigarro, posso até fazer um amigo, mas se não for o bastante: emendo com o chá.'
'A polícia pode confundir-te. Existem maltrapilhos melhor vestidos...'
'A polícia logo reconheceria minha finura, apenas pessoas requintadas bebem chá de hortelã rosa.'
'Já que insistes em enganar-te vou-me embora. E tua sorte é a maior riqueza que possuis. Passar bem.'
'Engana-se o amigo. Minha maior riqueza é esse belo por do sol*. Passar bem.'
quinta-feira, 23 de abril de 2009
BOoM!
Aturdida, olhou para todos os lados e só encontrou fumaça.
Seu ouvido zumbia de forma irritante, talvez houvesse ficado surda...
BOoM!
Outra explosão, mais longe, pôde ver a árvore da destruição brotar e tomar o céu.
Começaram os gritos e lamurios, nesse momento preferia ter perdido a audição.
BOoM!
Poderia dizer que a bomba explodiu na sua cara.
Cega por uns instantes.
Apalpou a cabeça certificando-se de poucos danos causados por estilhaços, nada profundo.
Ta Tá Rá Tá Tá
...
(BOoM!)
quarta-feira, 22 de abril de 2009
perdas
Onde escrevo na escuridão.
Troquei minha janela certa por uma incerta que traz outras verdades e alegrias.
Troquei minha janela minha por obrigações, afazeres e senso de dever.
Só lamento por que de nenhuma janela poderei ver sua aproximação ao meu horizonte.
terça-feira, 21 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
semsalãodebeleza

Todas essas unhas descascadas...
Toda essa pele extra...
Todo esse descaso...
A vaidade pouca não atingiu ao sorriso.
A sociedade que não perdoa pouco incomoda.
domingo, 19 de abril de 2009
observações II
Talvez cinco vezes, talvez menos.
Ao cansar-se pousou no parapeito e lá ficou espreitando meu sono.
Quem sabe uma borboleta não fosse tão boba, pórem menos dedicada.
E uma mariposa ainda mais fiel, entretanto com menor graça.
sábado, 18 de abril de 2009
observações
Outras são tão vaporosas que confundem-se com o resto do céu.
Existem as que assemelham-se a algodões, e talvez sejam tão doces quanto gostariamos que fossem em nossas infâncias.
Umas são meio termo, deformadas e espassas.
Há ainda aquelas especiais, onde nossa imaginação corre solta e conseguimos visualisar formas variadas; pássaros, anjos, dragões, moças, príncipes, deuses, gatos, leões, besouros, borboletas...
Mas as que me chamam a atenção verdadeiramente são aquelas coloridas pelos raios solares, em seus tons de ouro, laranja, rosa e vermelho...
sexta-feira, 17 de abril de 2009
cedo
O sol já se esgueira ofuscando as outras estrelas...
Os corpos luminescentes ao chão ainda brilham...
Poucos são os carros que trafegam, raros são os transeuntes...
Ainda existem carros e pessoas, ainda existe pulsação
Eu moro numa cidade que não para.
A chuva passa e poucos a perceberam.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
opostos complementares*
Retilineo - Labirinto
Solução - Problemas
Invisibilidade - Cores
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sábado, 11 de abril de 2009
6575
Um talo de coentro numa porção de arroz
Uma canção que ninguém canta
Um quadro que ninguém admira
O brilho de pena no olhar d'um psicopata
A felicidade em gritos num parto
A queimada causada por um balão
A comemoração de uma morte
Apatia em comemoração
sexta-feira, 10 de abril de 2009
em 5
quinta-feira, 9 de abril de 2009
pensamentos-pescados-aleatoriamente
•Sonho com o dia que aprenderei a desenhar as nuvens; extrair a essência das cores d'um por do sol* e pintar minha alma tal qual.
•As nuances dos raios solares, mesmo refletidos na Lua, enfeitam os olhares embebidos em fantasia.
•O desejo não cega. A dor é inconstante. Traições são sempre diferentes.
•Mentiras podem render melhores frutos; a verdade nem sempre é o melhor. O que é o melhor?
•Há mais mistérios do que alguém consegue pensar.
•Se o Superman fizesse a Terra realmente girar ao contrário não restaria Terra para ele mudar o passado.
•Por que o Pooh é ampoohtado? E as Meninas Super Poderosas?
quarta-feira, 8 de abril de 2009
no pain no gain
Quando menos se espera acontece o desejado.
Isso é fato.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
frigidez
dedos contra cabelos
roupas contra mãos
língua e saliva
lábios e dentes
Olha a hora; ir embora.
Vontade de ficar: pouca.
Qualquer desculpa: estão esperando.
Adeus.
Não esquecer o prometido.
Adeus.
segunda-feira, 23 de março de 2009
RE:
Secura na boca.
Trêmulas mãos.
Coração palpitante.
Sentimentos que fluem.
Vem a falta não a saudade.
Conversas surdas.
Abraços frouxos.
Sorrisos plásticos.
Lacunas do dia-a-dia.
quarta-feira, 11 de março de 2009
em resumo ---}{•
Almejando a brevidade.
Se não sonhar faça-se pedra:
Não incomodado em submeter-se.
domingo, 8 de março de 2009
a resposta que não dei
E nem sempre chego a traduzir meu estado de espírito, porque acho que palavras são somente isso.
Achei engraçado você falar em cuspir, é isso que acontece comigo.
Às vezes atinge a cara ou o coração de alguém, mas na maior parte cai no vazio e fica por lá.
terça-feira, 3 de março de 2009
confusão
entre uma brincadeira e outra gostar-te
era apenas carência afetiva
pobre alma escarlate...
segunda-feira, 2 de março de 2009
o quão natural é um assassinato?
Rostos raivosos, sorrisos desbotados
Rostos cansados, sorrisos acanhados
Rostos com sorrisos luminosos ferem o ego daqueles apaticamente humorados.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
extraio a melhor parte de você
amo-te.
não de forma desesperada, meu amor é calmaria.
não de forma possessiva, meu amor é liberdade.
amo-te em plenitude, mas sem desejos.
meu amor é apenas isso.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
faltAvidez
não estou acostumada com muitos coméntarios (elogios ou não)
não me preocupo em chamar atenção
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Trago² e Deixo

meus impulsos;
•
algumas indecisões
algumas resoluções
•
o que quero não é o que desejo
e não espero o que foi sonhado
(ainda desejo e sonho)
•
Fui ou voltei, não sou eu quem decido
Parti ou fiquei, pedaços falam por mim
•
minhas despedidas sempre tão discretas, com aquele ar de: amanhã estarei aqui
minhas chegadas sempre tão quietas, quando saio parece que nunca estive ali
•
não lamento os poucos encontros;
não entendo os muitos pesarosos;
deixo algumas lembranças;
crio algumas recordações
•

E vou. Vôo.

Alto
domingo, 22 de fevereiro de 2009
604800

não lembro de todas as minhas expirações ou inspirações.
não lembro de todos os meus anseios e sonhos.
não lembro do que fiz nos meus seissentos e quatro mil e oitocentos segundos.
nem dos exatos números que preenchi nos jogos que apostei.
mas ainda vivo, mesmo sem a lembrança.
uma memória fraca ou apenas falta de vontade?
uma vida existente, não vivida tão pouco sobrevivida.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
who knows about this tale?
Não foi por um acaso -num rompante de sentimentos -ou de forma premeditada que você mostrou não me dar a reciprocidade em maneira igual.
...Seu espaço dentro de mim era imenso, mal restava lugar aos outros.
Tive ciúme e inveja; calada. Tive pena e raiva; calada.
Era feliz, tão feliz... Mesmo com migalhas.
O tempo passou, a fome cresceu e migalhas tornaram-se inúteis.
E o tão grande local, sem a manutenção necessária, passou a acumular sujeira.
...Uma infiltração aqui, outra ali.
Assisitia sua atitudes de perto -era uma sombra bem quista, por sinal.
Me incomodava sua subserviência, seu comodismo.
Me encantavam seus sonhos, sua capacidade.
Utilizei de estratégias erradas para tentar alcançar o que fosse melhor a você.
...Temporais vieram, algumas vigas começaram a ruir; o grande espaço diminuiu.
Pessoas entraram na minha vida, outras sairam da sua.
Finalmente tinhamos uma chance. Notei não querer mais, estava suficiente.
Viramos um trio estranho. Já não recebia migalhas, nada que viesse das suas mãos.
Alimentada, passei a dar atenção a quem me tratava ao invés de uma fonte antiga.
...Colunas podres não se sustentam por longos períodos; apenas um sussuro bastaria ao fim.
Um acontecimento trouxe seus berros. Mentiras urradas a quem as quisesse ouvir.
Suas lágrimas vieram, nunca entendi, pois meus sentidos estavam anestesiados.
Não pensei em tomar qualquer atitude; uma vassoura estava em minha posse.
Apenas resolvi usá-la. Vagarosamente me desfiz dos entulhos.
...Uma fundação com bonitos azulejos -arranhados ou quebrados pelo impacto, -agora limpa.
Segundo o dicionário:
Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)
Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.

Esta obra de Ariane Anaya, foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.