quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Arte Grátis

Escarro no chão;
Vômito na parede;
Lágrimas num lenço;
Palavras sem coerência.

Prefiro um dicionário,
Muito mais os livros caros
E todos os milionários quadros.
As obras de amor ricas.

sábado, 28 de novembro de 2009

Realmente gostaria...

De aqui pôr mais cindo posts, para assim ultrapassar meu ano anterior, mas agora não tenho tempo ou paciência para continuar dando as caras por aqui...

'STOPEI'

Depois eu volto, só não por agora...

domingo, 22 de novembro de 2009

bitter.sweet

Sentir sono daqueles que precedem o não-despertar.
Sentir dores em partes do corpo que não compartilham dos sistemas.
Sentir cada pulsar do coração, forte e lento.
Sentir o inspirar breve e o expirar leve, mas trazendo pulmões pesados.
Sentir em si a vida que transborda como algo etéreo.

Esvai-se.
Esvai-se.

sábado, 31 de outubro de 2009

Escondida numa nuvem, quem me vê?


Encontrei nas nuvens o tapete perfeito aos meus pés alados.

Tapete multi-colorido que também serve de manto a meu ego ferido e de teto às minhas aspirações mundanas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

?

O frio é, também o calor.
Talvez seja o resumo (essa ausência de cor).
Entre o nada e o tudo;
O ser ou não.
É a linha ínfima e infinita,
Divisória dita inexistente,
Exatamente onde nos encontrarão.
O muro sem fim;
A eterna corda bamba;
O traçado por onde corre (e escorre)
As vidas, dentre suas dúvidas e insignificâncias.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

FIO DE TESEU

Minha aura é pegajosa e grotesca, parecida com uma teia de aranha: insetos pequenos ficam simplesmente presos, os grandes arrancam pedaços sem perceber. A verdade é que construo a teia para os grandes, que eles percebam e desviem depois de admirar meu trabalho alguns instantes. Nos pequenos injeto veneno e deixo-os para morrer longe o bastante de forma que não sirvam de distração ao meu projeto. Sou uma aranha autotrófica e alimento-me de meu ego.

Pobre Ariadne...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

YinYang


-I

Se cada momento é único
E cada felicidade a melhor
Não há medida para a vida com alegrias.
Gera lembranças tantas que em álbum algum caberia.
Os anos passam rapidamente,
Mas tem-se a certeza do aproveitamento máximo.
As memórias -pequenos frutos dourados,
Serão doadas à Posteridade, repassadas ao Futuro
Se no meio de tudo houver Amor.

-II

Porém cada tristeza marcando-lhe a ferro em brasa,
A vida de alegrias vira escárnio e pesadelo.
O tormento dos instantes demorará a eternidade,
Mas ao piscar passará muito tempo.
A mesmice da dor o consumirá,
Os momentos escorrerão
E a existência aproxima-se do Nada:
Tão odiado, temido e às vezes esperado.
Sendo morte libertação:
Será aguardada como uma amante.
Sendo ela vítima de horror:
Há de praguejar pela quantidade insuficiente de felicidade,
Todos os dias.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

hospício - XIV

Posso controlar meus sonhos, moldá-los a meu bel-prazer - a realidade é mais rígida e intragável. Talvez seja por isso que meu cigarro jaz apagado num cinzeiro imaginário; em meu reino onírico sinto-me viva sem precisar de provas físicas.

Enquanto a mente delicía-se com cores, formas e histórias, meu corpo permanece estático num cantinho escuro e sujo. Meu corpo faz do cantinho escuro e sujo. Escuro pois meus olhos cegos sugam dos arredores a luz, assim minha fuga nos sonhos torna-se ainda mais prazeirosa e alienadamente nescessária. Sujo por uma questão meramente biológica, afinal todo corpo exala odores do que é previamente absorvido.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

CÍCLICA

Agora finjo estar acordada;
Já não sou zumbi ou assombrada por vampiros,
Apenas estou dormindo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Meu bêbe já sabe andar, comer só e discutir Nietzsch

Este blog é meio idiota porque idiota é quem vos escreve.
E se observar as antigas postagens vê-se que hoje a qualidade está menos ruim, mas ainda longe de algo considerado realmente bom.
Esse post de aniversário não é por nenhum motivo 'de comemoração', passaram-se três anos e estou viva; penso que muita coisa não depende exatamente de mim. Por tanto sem comemorações.
Já houve mudança de layout, da personificação da autora, do local onde as postagens são enviadas\criadas. E sei que outras mudanças virão, caso tempo exista.
Quis usar esse espaço apenas para expor meus pensamentos (nada de vida pessoal), sem finalidade de divulga-los, tanto que já recebi reclamações por não ter dito "que tinha um blog antes" e por ser difícil de acha-lo, já que não aparece no google e os únicos lugares onde existem link dele são os blog's dos meus amigos. Nada disso me importa, não quero comentários por educação e pouco me incomoda se recebo apenas cinco visitas por semana. [Além do mais tenho medo que algum espertinho me ache uma gênia e roube-me ficando com os direitos autorais do que escrevo. xD]
Não posso culpar minha vida pela falta de postagens diárias, acontece que existem dias de inspiração excessiva e meses em que reviro cadernos e caixas atrás de algo descente para não deixar o blog muito tempo abandonado. Agradeço muito a quem criou a opção de programar. Antes eu simplesmente postava com datas adiantadas e perdia toda a graça da atualização.
Finalmente, agradeço a todos aqueles que me acompanharam em vida online ou não, me cobrando postagens, dando opinões sinceras, criticando meus erros ortográficos e inspirando-me, enfim, recebi todo o apoio que tenha precisado.
Sou grata, realmente muito grata, a quem quer que tenha lido esse post inteiro.
(Se chama consideração, Nath...)
A'Naya
=*

carpe diem

Chuva.
Alma limpa, leve.

Bolhas.
Alma leve, solta.

Deixe-me sorrir um pouco mais, sem ter culpa em fazer coisas pequenas.


uma dose de alegria...

sábado, 10 de outubro de 2009

Uma cena poética forma-se lentamente para olhos sonhadores a captarem...

Primeiro o breu, completo e devorador.
Surge um ponto avermelhado, tal uma chama de vela. Seria uma luz para os desesperados?
Logo depois acende um ponto celestial, então juntos brilham simbolizando todos os tipos de esperança.
Por último, ao chão passa a reluzir algumas embarcações. Talvez seja a visão do caminho que leva a Hades, mas não com Caronte como condutor e sim com cada alma guiando-se aos ventos que crêem encherem suas velas.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

cinza

Às vezes quarto, às vezes casa.
Por vezes janelas, por vezes olhos.
Encontrei no céu e preencheu a cidade.
Cobriu prédios; emitido por luzes.
Padrão de vida.
Escorre pelos canto da boca em meio a sorrisos.
A metrópole perdeu a cor...
Ou foi construida de cinzas?

domingo, 27 de setembro de 2009

:-/

E eu que gostaria de postar ao menos dez vezes por mês, agora tento espremer paciência para ligar o computador.

Não é fase ruim, só o tempo sempre curto e escorrregadio.

Cabeça latejante e olhos ardentes; por que diabos osmose não se aplica a outras coisas?

Já que nenhuma música me acalma, com licença, estou indo me enterrar na cama.

sábado, 26 de setembro de 2009

trash

Dor de cabeça, insônia, oscilações de peso, humor inconstante.

Qual era o problema mesmo?

domingo, 13 de setembro de 2009

hospício - XXXIV

Sinto que me observam, minha nuca queima como se houvesse caido ácido nela, isso não pode me impedir.

Corro pelos corredores tentando achar uma saída que parece inexistente. Entro e saio de salas; tudo é muito parecido, às vezes penso andar em círculo. Uso uma estratégia que lembra Teseu em seu labirinto. Poucas vezes volto a encontrar as manchas vermelhas, entretanto aindo continuo dentro do prédio. Isso me irrita.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ancípite


Caminho na calçada de uma rua pouco iluminada. Escuto apenas passos e barulho de chaves, todos meus. Abro um portão que range; aperto o interfone que apita; pressiono o botão do elevador, mas acabo subindo pela escadaria. Prefiro ouvir passos e tilintar de chaves por algum tempo mais. Dois cliques e estou em casa.

Chaveiro em cima da mesa, bolsa no sofá, sapatos ao lado da porta e calça pendurada na cadeira. Janela aberta, cabelo solto e uma luz acesa. Barulho abafado de armário, som estridente de água em metal, zunido elétrico do fogão seguido de um plof do gás incendiando. Tinir de vidro ao fechar a geladeira, xícara com cinco colheres de café solúvel. Segunda luz acesa, roupas no chão do banheiro, água fria nos ombros, sabão cobrindo pele, xampu e cabelo. Toalha agora úmida, cortina aberta, nudez coberta, banheiro volta ao breu. Água fervente engolida pela xícara.

Vou até a bolsa, pego cigarros e isqueiro, volto ao café, coloco tudo no peitoril da janela. Por um momento estico o pescoço e observo os dois palmos de céu que a muralha de prédios a minha frente não conseguiu esconder. Antes de bebericar da xícara avalio o líquido negro fumegante. Essa noite não merece café, não seu sabor, um pouco de seu cheiro apenas. Da cozinha levo um copo com gelo até o minibar e apago a última luz; conhaque combina com meu humor ou sua falta.


Talvez não haja bebida que combine mais com seu teor alcoólico. Ah! O conhaque. Nem que soe tão sugestiva. Sua articulação traz implícito o ato de sorvê-la. A primeira sílaba e a primeira impressão, o líquido passa dos lábios e acumula-se em pequena quantidade na boca. Seguindo a pronúncia saboreia-se deslizando o sumo por toda extensão da língua. Para terminar, o engolir sucedido da expiração em deleite.


Retorno à janela. Próximo à quina direita há o café, no oposto o copo com gelo e álcool, exatamente no meio o maço aberto de cigarros com o isqueiro sobre ele. Os cotovelos estão no peitoril, formando um triângulo onde o vértice composto pelas mãos apoiam meu queixo. O quadro está pintado e sobra tempo para desfazê-lo.

Sem pressa examino as janelas que tomam o lugar do horizonte. A maior parte está apagada, algumas aparentam caleidoscópios refratando o colorido de televisões ou luminárias. Existem as que deixam transparecer sombras imóveis nas paredes, podendo ser computadores ou aquários, não importa a fonte o interessante são as sombras. Poucas trazem quadros que não sejam etéreos, como uma onde mostra um homem carregando um bebê de um lado para o outro, ou a que mostra dois idosos dançando. Vez por outra se acendem luzes de corredores e banheiros, poucas delas iluminam por muito tempo. Imagino que as não apagadas devem confortar alguma criança com medo de escuro. Embora em minha opinião não haja escuridão nessa cidade além da transportada pelas almas.

Um pouco desgastada de absorver tantos detalhes foco meus olhos na janela em frente a minha e tenho a surpresa agradável de ver-me refletida, mesmo que tenuamente. A xícara branca traz coloração marrom amarela, o copo é uma mancha luminescente, resolvo finalmente acender o primeiro cigarro da noite e um ponto avermelhado começa a compor a imagem. Uma tragada e lanço a fumaça para fora, ela não é perceptível em minha projeção. De meu corpo é visível ombros, braços, parte do colo e a cabeça, todo mais está engolido pelo preto. Rio com o pensamento de um humano composto apenas pelo que vejo agora, talvez seja um tanto sádico esse humor, mas encaixa-se perfeitamente com o ambiente. Talvez nem seja humor; prefiro bebericar o conhaque e esvaziar a mente, não quero destrinchar pensamentos. Volto a observar e fazer colocações mentais despretensiosas.


Passa-se tempo, minutos e horas. Alguns cigarros jazem no pires do café intocado. O copo tem um dedo de gelo derretido. Não há sono, porém tédio. Em breve o sol clareará o azul do céu e as responsabilidades serão jogadas em meus ombros, agora um pouco tensos pelas perspectiva e noite insone. Penso, antes de afastar-me da janela, que gostaria muito de poder ver o nascer do sol com todos os seus nuances mutáveis. Guardo e limpo tudo. Entro novamente no chuveiro. Preparo-me mentalmente para os sorrisos que darei depois que cruzar a porta do apartamento e durante toda minha estadia longe dele.

Ancípite, adj. 2 gên. (poét.) Que tem duas cabeças ou duas faces; de dois gumes; incerto. duvidoso, vacilante; (gram.) diz-se das consoantes l e r (Do lat. ancipite.)

domingo, 6 de setembro de 2009

hospício - XXXIX

Meu peito anestesiado influi nos olhos secos. Por mais agústiada, haverá esse vazio que impede a existência das lágrimas.

Tenho a impressão de tremer como uma criança, mas meu corpo permance rígido; crio forças para continuar. O corpo ensinando a mente. Caminho até o centro do escritório e giro trezentos e sessenta graus, observando cada nuance. Meu olhar fulmina uma cortina, provavelmente há uma janela ali.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

hospício - LVII

Gostaria de abraçar alguém e parar de sentir essa dormência incômoda no peito.

No quarto havia tentado algumas vezes enrolar-se com vários lençóis. Ficou aquecida, mas não o suficiente, nunca o suficiente. Agora é tarde para queixar-se sobre um lençol a mais.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

out


E chega setembro, pois é acabado agosto. Foi bom mês, o pobrezinho.
Agora não é esperada a alegria, se vier não existirá reclamações.
Deixemos o tempo passar devagar entre cada célula, absorvendo-o, em vez de apenas observá-lo escorrer dentre nossas pontas de dedos.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

quem sabe das minhas janelas?

Falar de janelas, de como o tempo passa. Sobre o calor agradável e o frio cômodo. A tinta usada espalhando-se entre papéis e vento, este carrega também pensamentos e não deixa-os retornar. Assim como a água que faz idéias fluírem, desembocando-as em ralos e bueiros, diluindo-as, consumindo-as, afogando-as.
Num copo trazer medidas iguais de tédio, compreensão e alegria. Talvez um cigarro, uma injeção e um comprimido fossem solução para problemas, entretanto, quantos mais trazem?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dialógos e lacunas (talvez)

Um telefone toca algumas vezes antes de um homem atendê-lo.

-Alô?
-Oi, sou eu, fala uma voz feminina e conhecida.
-Hm. Diga.
-Já sabe que vou fazer uma macarronada?
-Ouvi algo do tipo.
-Pois é alguns amigos pediram e vou fazer.
-Quando será?
-Ah. Ainda não marquei o dia exato, tô meio sem grana. São as trevas, ela ri.
-Sei.
-Por falar em trevas de onde estou posso vê-la, bem hipnotizante se quer saber.
-Como assim?, ri nervosamente.
-Entenda de todas as maneiras possíveis e nenhuma estará errada. Mas falo da minha janela, não consigo enxergar nada através dela, uma escuridão total.
-Ah. Certo, ele não havia pensado em nada.
-É um marco se quer saber, afinal na maior parte das vezes o que digo tem um significado bem específico. Mesmo que dê margem a inúmeras interpretações.
-Sempre e sempre, amém.

Breve silêncio. Ela pergunta:
-Como está a sua mãe?
-Bem de forma geral, tem gastado mais dinheiro com rémedios agora que descobriu ter reumatismo.
-Hm. Espero que ela melhore, a minha 'tá viciada no joguinho do celular. Consigo ouvir o barulho que vem do quarto ao lado... Meu irmão teve uma crise histérica hoje.
-Como foi isso?, interroga instantaneamente.
-Ele tinha comprado... Eu sei que você não quer ouvir tudo. Ele apenas enlouqueceu. Minha mãe conseguiu acalmá-lo prometendo pizza.
-Ele não vai crescer nunca...
-Pois é... Você já provou da pizza de cheddar que vende perto da prefeitura?, questiona com certa animação.
-É meu sabor favorito de lá, diz entediado.
-Muito bom, não é? Mas só consegui comer uma fatia.
-Aguento umas três ou quatro, não como muito.
-Eu não consegui comer mais porque já tinha comido alguns biscoitos, balas e tomado refrigerante.
-Entendo. Seu regime desmoronou mesmo.
-É. Se chama depressão mais casa da mãe. Sempre me fodo nesse negócio, resmunga.
-É... Também não estou numa fase muito boa, fala indiferente.
-Mas falo a verdade. Quando estava depressiva no apartamento não queria sair para comprar comida então ficava uns dois dias comendo do pouco que tinha na geladeira. Na casa da minha madrasta era ainda melhor porque eu nem saia do quarto, mas aqui minha mãe faz questão de encher a porra da geladeira. No seu caso não tem o que se preocupar, vai passar logo. Sua intensidade permite você a gozar das coisas mais facilmente.
-De fato. Quanto a isso eu nem mesmo posso discordar.
-Bom você concordar comigo de vez em quando.
-É.

Silêncio. Ela interrompe brusca:
-Porra! O pessoal fica me cobrando macarronada. Não quero fazer não. Nem queria sair de casa esses dias, pra falar a verdade, termina num murmúrio.
-Você não precisa sair de casa pra fazer macarronada, é só uma dica. Se quiser podíamos marcar um dia que sua familia não estivesse, pra nós dois.
-Nem vai ter mais esse dia... Aconteceu quinta, agora só próximo mês, meu irmão terá uma consulta. E eu teria que ir comprar o material de todo jeito, fala de forma vaga.
-Cacete. Você tá mal mesmo, ele diz sério.
-Já tinha dito. Só não estou pior porque naquele dia falei minhas, como vocês chamaram?, "merdas". Queria beber de novo, mas sei que já não seria esse tipo de libertação que aconteceria, e também percebi que o meu público tem que ser outro. Embora eu não saiba exatamente qual deveria ser, ela ri nervosamente.
-Enfim... Acho que você deveria tomar algum calmante antidepressivo. Tem uns naturais que são legais.
-Não gosto de remédios, você sabe.
-Eu tô tomando um que é natural e sem contra-indicações. É bom ele.
-Essas coisas viciam, por mais naturais que sejam. Eu já não vivo sem açúcar, quero mais depender de nada não.
-Entendo. Tenho que desligar.
-Certo, tchau.

Ele desliga e vai até o cômodo onde um homem aguarda, visivelmente aborrecido.
-Quem era no telefone?
-Uma amiga.
-Amiga?
-Aquela que te apresentei, do macarrão.
-Sei... O que queria?
-Avisar que em breve terá uma reunião de amigos na casa dela.
-Esse tempo todo só pra isso? Quando vai ser?
-Ela não disse, e também falou umas bobagens sobre estar mal, nada sério. Esqueça isso...

Ela encara o telefone e pouco depois leva o olhar ao pulso ensanguentado, talvez devesse ter comentado sobre isso. De toda forma seria apenas mais um problema, ele devia estar ocupado, afinal desligou com tanta pressa... Talvez devesse ligar novamente e dizer que havia bebido um pouco e que mesmo não gostando de remédios tomou uma cartela de um calmante comprado numa farmácia ilegal. Não importa agora. Sente os olhos pesados, talvez se acordar marque um dia para a macarronada.

-Apenas a macarronada é biográfica. ^^
Motivos e inspirações? Achei que seria irônica essa situação.

sábado, 22 de agosto de 2009

re-sumo

Eu: Particula egoísta.
Umbigo: Mundo próprio.
Ar: Ambiente semi-invisível.
Atmosfera: Ambiente onírico.
Água: Lugar silencioso.
Mar: Palácio discreto.
Vento: Respiração da Terra.
Sentimentos: Química.
Caráter: Ilusão social.
Quem: Outro.
Inconsciente: Desculpa.

nada e tudo são palavras muito fortes;
dizer que o tempo apaga é quase hipocrisia.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

imbecilidades e frustração

O que devo pensar de um mundo aparentemente perfeito que abriga animais organizados em sociedades que o destroem? Algumas dessas tentam limitar meus pensamentos. Já não basta a falta de conhecimento vinda do útero? Devo apenas fingir que as coisas acontecem porque acontecem e sorrir alienada?


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

hospício - II

A primeira coisa que vem à minha mente é branco, total e cegante branco. Depois formam-se três linhas e um retângulo iluminado.

Não lembro qual é exatamente meu nome, quanto tempo estou aqui ou onde fica. Tenho a opinião de que
se não lembro não é importante.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

dance



Sorriso. Transe e êxtase. O corpo balançava em ritmo frenético. As luzes compunham o ambiente de forma psicodélica. A música preenchia os pensamentos, extinguindo-os... Todos os movimentos eram involuntários.
Houve somente a decisão de ir ao lugar, o resto seguia como efeito colateral. Pessoas esbarravam. O mundo rodopiava junto consigo. Ar quente e escasso. Garganta seca; a voz rouca grita num ápice de excitação, sem motivos exatos. Talvez tudo fosse um delírio, mas não importava.

domingo, 16 de agosto de 2009

depois

Ele diz que jamais pensou sobre ela montando quebra-cabeças e propôs que comprassem uma caixa e montassem juntos. Ela perguntou onde e quando, ouviu como resposta amanhã e numa praça qualquer.
A caixa comprada tinha vinte peças, seria apenas uma rápida diversão. Ela impaciente encaixou algumas antes do encontro. Ele prevendo trouxe outro quebra-cabeça, sorriu com a surpresa dela.
Ela sorriu, depois, com a concentração dele.

sábado, 15 de agosto de 2009

dezesseis peças de encaixar

Não sei o que o cantor fala em sua letra, pouco importa. O som que ouço é alguém triste cantando uma música animada. Gosto desse timbre quase forçado de despreocupação.
Queria receber uma carta, ninguém se dá ao trabalho. Se ela tivesse palavras mórbidas e cheiro de mofo seria ainda melhor.
Ver as luzes da cidade me agrada; resolvi esperar o sol nascer e vê-las apagar. Um momento digno de poesia.
Tenho as pernas cruzadas, o caderno em meu colo, a mão direita fora da janela segurando um copo, as costas apoiadas na parede, o cabelo solto, olhos parados em algum ponto não visível; pose bem displicente, se me perguntarem, mas não irão.
A chuva vem e começa a encher o copo, continuo com a mão do lado de fora.
Uma noite pode ser noite sem lua ou estrelas, um dia não pode ser dia sem o sol.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

sono

Sinto o corpo anestesiado enquanto a mente pulsa dolorida. A vontade é pouca para ser transformada em impulsos elétricos; as pontas dos dedos formigam e a minha consciência escapa...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

hospício - I

Caso comece a caminhar meus passos ecoarão, mesmo tendo os pés descalços, não quero isso.


Há três dias não acendem a luz do corredor, há um que recebi comida e não vejo a enfermeira. Ela deixou a porta do quarto aberta, tenho certeza que não ouvi o clique da fechadura.

sábado, 1 de agosto de 2009

Numa agenda velha...

Segunda, 31 de dezembro de 2007

Me despeço desse ano maravilhoso com muitas expectativas a serem frustradas.

Aprendi que posso amar infinitamente.

E a esperar coisas que não virão.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

re-forma

Percebi que não é tempo de azul.

Também não é hora para o vermelho.

Antes de tudo é preciso preparar-se.

Faço o acabamento cuidadosamente; limpo bem cada quina.

Então pinto de 'branco', esperando o momento certo de tonalizar a alma.

E para impedir a simples uniformização salpico algumas estrelas.

Reluzindo, espero que sejam o primeiro passo rumo à verdadeira energia.

domingo, 26 de julho de 2009

11:11 PM

Andei em circulo até chegar a algum lugar.

Esperei sentada até sonhar que partia.

Me diz que a dor vem de fonte única; engano.

Chorar adianta de muitas coisas; principal assassino do orgulho.
(Pena que lágrimas andam escassas.)



Descasca o céu que trago na ponta dos dedos.
Belo céu azul que logo tornar-se-á vermelho.
Vermelho da energia que falta em mim.
Falta cíclica e irreparável.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

considerações finais

Se te mato, és zumbi.
Se te prendo, és fantasma.
Se me escondo, és sombra.
Se me acomodo, és espinho.
Se viajo, vens na mala.
Maldita perseguição, da qual não sei minha parcela de culpa.

terça-feira, 21 de julho de 2009

21may

E eu chorei como uma criança;
Sem controle ou motivo exato.
Quase desesperadamente, pois.
Soluços e contrações, berros.
Minha causa inexata foi você.
Maldito seja o amor entregue:
Todo de mim, mas nada possuo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

chuv.ah!


Gotas frias tornam as roupas molhadas e a pele.

Vento gélido faz da respiração pesada, tensa e profunda.

Tem sua própria temperatura, o coração, independente do tempo.

O guarda-chuva que nada guarda, a capa que não protege.

No rosto um sorriso, nos olhos água.

Conversas que terminam sem final.

Eu sinto pelo que foi.

Calor vindo de uma pequena peça d'um incrível quebra-cabeça.

Conforto inexistente.

Agradabilíssima, porém, a companhia.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

2:10 PM

Das escolhas que faço não me arrependo. As consequencias doem, apenas...
Dos amigos que perco, dos amigos que descubro nunca terem sido.
Das manhãs irritantemente ensolaradas, das noites nubladas.
Do calor incômodo, do frio excessivo.
Da paixão morta, do descaso proposital; da rapidez dos enganos.
Dos, simples(eterna)mente, pensamentos.
Do inimaginável. Do incompreensivel.
Da certeza da falha ser melhor que a dúvida do acerto.

-vômito

domingo, 5 de julho de 2009

Who?

Um sussurro de vida,
No meio do nada.
O sopro da morte,
No topor da vida.
A máscara sombria,
No rosto feliz.
O sorriso alegre,
No homem perverso.

A lágrima da mãe,
O choro do pai,
E o riso do filho.

sábado, 4 de julho de 2009

quatro de dezembro de dois mil e sete

Só pelo fato de não saber o que escrever, escrevo.
E pelo fato de não pensar duas vezes, acerto.
E quando reflito sobre tudo, inerte.
Porque amo e não deixarei, estupidez.

Por errar e errar sigo em frente, ao acertar já não sei.
Vivendo e sorrindo, sigo cantando;
Palavras silenciosas que não constroem sentido;
Melancolia escorre pelos olhos.

A medida do tempo é o tédio.
Da felicidade a tristeza.
Da guerra o interesse.
Da pureza o pecado, e nesse caso: vice-versa.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

entre melodia, afago e âmago.

O escutar límpido e "ao vivo" não pode ser comparado a qualquer tipo de reprodução.

Os agudos fundidos aos graves num emaranhado de notas.

Os altos e baixos ruídos englobados à música.Sendo parte indireta, para orgulho deles e desprezo dela.
A força de cada timbre interagindo às células.
Os movimento por vezes leves, por vezes bruscos.
A atmosfera encantadora do teatro.
Tudo é uma bela composição.
Transcende os sentidos e acalenta a alma.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ruídos:

Unhas friccionando pele.
Ranger de solas.
Estalos de cadeiras.
Arrastar de sapatos.
Tilinar de pulseiras.
Roçar de tecidos.
Passar de folhas.
Caminhar sobre madeira.
Remexer do plástico.
Cruzar de pernas.
Esticar de braços.
(Ajeitar-se.)
Sobrepassar da palma.
Respirações, bocejos.
Fungados, pigarros.
Tosses, espirros.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

nuances

Me encanta o céu; às vezes tenho fascinações passageiras.
...borboletas, libélulas, mariposas...
...cores, formatos, texturas...
...jogos, livros, filmes...
...músicas, silêncio, tédio...
...tempo, clima, temperatura...
...sentimentos, sensações, percepções...
Coisas que passam e voltam, que mesmo na ausência deixaram rastros.
-escorre

domingo, 28 de junho de 2009

Marcio/Mario/Marcos/Mar.../M...

Hoje conversei com um desconhecido que fica feliz em conversar com desconhecidos.
Ele falou das limitações e ilimitações do homem. A capacidade em ir a algum lugar, a capacidade de amar. Dos conflitos internos e necessidade em servir como ponto de apoio a algo.
Ele falou dos pardais. Os únicos pássaros que mesmo o homem não querendo sua presença estão lá, e lá ficarão pois é onde querem estar: junto ao homem, seus prédios e sua poluição.
Minha mente ingrata logo lembrou dos pombos e seus bandos espalhados por algumas cidades, nossos queridos ratos de asas. Porém as pessoas cultivam os pombos, dão-lhes comida -mesmo que seja o lixo jogado a esmo -e abrigo -mesmo que sejam as contruções abandonadas. Portanto meu novo amigo de vinte e sete anos estava certíssimo em suas palavras.
A brevidade de nosso encontro deixou marcas que espero lembrar-lhe num próximo. Talvez amanhã, caso seus planos falhem; talvez algum dia, caso nossos caminhos novamente se cruzem; talvez nunca, caso a morte seja rápida; talvez em sonhos, caso o espírito tenha sido embebido de suas palavras.
Sei que do seu rosto me lembrarei vagamente, assim como de seu nome exato me foge a exatidão, mas o esforço em não esquecer existe.
A lembrança física será guardada com o maior zelo, principalmente porque as memórias que me vêm do momento não são apenas das lições que ele passou de forma espontânea, mas de toda uma época de felicidade onde meus sorrisos são naturais e a busca de um rumo certo me deixa errar.

sábado, 27 de junho de 2009

Onde o que foi esquecido voltou a ter significado.

Já não é um conto e só;


Aquele feito para você;


É uma tradução da alma;


Onde só você entenderá.

-palavras repetidas me perseguem

sexta-feira, 26 de junho de 2009

postagens...

De cinco rascunhos:
Três devaneios.
Um é pensamento.
O outro é ideal.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

estado não ébrio

Acrediite queem QuiSer
-Lembranças, apenas.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

em poucas palavras

Estive feliz.
Compartilhei emoções e desejos.

Retornei a ser como deveria.

Retornei a sentir.

Amo.

sábado, 20 de junho de 2009

fragmento

Um ar poético toma conta de mim, mas não são poemas que escrevo.
A beleza de formas e cores me atraem mais que o comum e essa pequena fraqueza não deve demorar-se.
Não há tédio recorrente de qualquer um dos momentos atuais, mas sei que ele espreita e aguarda o momento oportuno de possuir-me uma vez mais.
A felicidade que sinto é como uma brisa morna -leve, inconstante e passageira -e não me agarro a sua existencia, embora me agrade.
Pensamentos mal finalizados não incomodam tanto quanto deveriam e é uma pena pois gostaria de me cobrar um tanto mais.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

curto.circuito

O homem não é o tudo que vai para o tudo, nem para o nada.
O homem não é o nada que vai para o nada, nem para o tudo.
O homem não é o bem que se transforma em mal, nem o inverso.
O homem não é o mal que continuará mal, ou o contrário.

O homem não é o centro do universo, nem o universo está no centro do homem.
O homem não é sábio, tão pouco tolo.
O homem não é o mais forte ou fraco.

O homem não é preto no branco, nem cinza, azul, vermelho, verde ou dourado.

O homem não tem inicio ou fim.

O homem não é a medida de todas as coisas.

Todas as coisas não têm obrigatóriamente medida.
Tudo e nada não existem.
Qualquer e insubstituível também.
Para sempre é relativo, o nunca é infímo.

Vivemos numa realidade onde o inicio é julgado longe o bastante para não nos afetar e o fim, ainda mais distante, não é sequer vislumbrado em imaginações mil.
Que início para qual fim?

Não há profecia que se cumpra sem interpretações. Não há interpretações que sejam inconvenientes. Em nossos inumeros angulos um triângulo sempre encaixará num círculo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A fragilidade do que me forma


"Novamente a água que mancha o papel me atrapalha enquanto escorre por meus ombros. O pensamentos ficam vagos quando o raciocínio desenvolve-se dos topicos que crio para não esquecer. As palavras que me vêm, mais uma vez, não condizem com aquelas pensadas anteriormente, nada posso fazer de concreto, se isso insistir talvez eu compre um gravador e comece a verbalizar as nuvens cor-de-rosa ou o tédio que transborda da minha alma, dentre coisas simples e divertidas."

quarta-feira, 10 de junho de 2009

d'alma

Hoje o sol brilhou, assim como ontem, diferente de dias atrás.
Me lembro:

Nuvens acinzentadas e o vento que bagunçava meu cabelo.
Um gosto amargo e uma sensação estranha.
Uma felicidade intrigante.
Alguns sorrisos, vagamente.

Entre uma correria e outra, atrasos e inesperados.
Momentos poéticos surgem de repente nos ofuscando e preenchendo.
Celebramos mudamente e guardamos na alma o que é nosso por direito.
Ah, esses preciosos momentos...

Agora eu beberei água e juro não precisar de mais nada.
Nem de abraços apertados, nem de olhares magoados.
Tampouco de conversas serias ou intenções indiretas.
Não irei fechar a cara, vamos deixar tudo variar.
O que há de acontecer, virá.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

passos aéreos



Tomada por silêncio e preenchimento.
Caminho sobre as nuvens que não cedem aos meus passos.
E tenho tantas coisas para escrever que as palavras atrapalhariam-se nos dedos.
Deixo-me ficar por um tempo mais sem me desconcentrar do meu inexato percorrer.
Que meus pés tenham sabedoria própria.


"Sorrisos, abraços, conversas e atos.
Mistura de dias felizes com o céu nublado.
A chuva veio e lavou as almas e os pensamentos, nos deixando leves.
À espera do retorno, não ficamos descontentes com as despedidas breves."

quinta-feira, 14 de maio de 2009

um post digno de um blog "normal"




Estou inconformada com o segundo lugar adquirido por Star Trek nas bilheterias brasileiras, um filme com muito mais qualidade (de forma geral) sendo passado para trás por X-men Origens: Wolverine, apenas porque esse teve maior propaganda (quase gratuita diga-se de passagem).

E para embasar minhas queixas segue trechos das críticas de ambos, com os devidos links de origem.

(Adaptado)"X-men origens: Wolverine é um exemplar perfeito da arte perdida do diálogo: metade dos confrontos do filme poderiam ter sido evitados se os personagens simplesmente se dessem ao trabalho de trocar algumas palavras antes de cair na pancada." Nota 2- Eu poderia colocar a parte mais engraçada, mas teria spoiler.
http://www.omelete.com.br/cine/100019424/X_Men_Origens__Wolverine.aspx




Já em Star Trek: "O resultado, batizado simplesmente Star Trek, é revigorante. Um Tonoclen vulcano, um Viagra romulano, uma Catuaba andoriana!" Nota 5- Ou seja: muito foda.
http://www.omelete.com.br/cine/100019622/Critica__Star_Trek.aspx

quarta-feira, 13 de maio de 2009

E chega a nós outro mal-entendido

Com pouca amizade existiriam mais sorrisos.
Com muita proximidade haveria mais cansaço.
Com pouco humor seria incômodo.
Com muito alvoroço inexistiria afeto.

Se fossemos menos talvez seríamos mais.
Se fossemos mais talvez seríamos menos.
Continuemos assim.
Perfeitos.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

macilência

Brincar com as palavras, não apenas escrever.
Jorros sentimentais descritos minimamente podem ser exaustivos.
Palavras por palavras é extremamente desnecessário.

Pessoas compram quadros para colocarem em salas onde pouco visitam. Por que não comprar livros apenas pela capa? Preferem quadros com palavras?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

definição:

Mãos grandes carregadas por pequenos pulsos.
Pescoço curto elevando um redondo rosto.
Corpo baixo sustentado por compridos pés.

um hobbit? O.Õ

terça-feira, 28 de abril de 2009

qui-dort-meurt

Pergunte algo que não saberão responder.
Reconte coisas que cansaram de ouvir.
Faça-se presente mesmo em incômodo.
Alimente-se de olhares, sorrisos e caretas.
Grite do telhado.
Dance na rua.
Exploda a insatisfação.
Realize seus desejos.

quem dorme morre*

segunda-feira, 27 de abril de 2009

ƸIƷ


Símbolo da psicologia...
Bailarina dos ares, nos ares.
Muitas vezes ao sabor das brisas... Náufragas flutuantes.
De leveza e delicadeza ser par.
De postura cálida e farfalhante.
Conscientes de sua formosura? Boêmias por natureza...

domingo, 26 de abril de 2009

talvez seja

Somos conto para outro livro
Somos riso para outra boca
Somos tempo para outro relógio
Somos vida para outro corpo
Somos morte para outra espécie
Somos flores para outro jardim
Somos páginas para outras histórias
Somos resposta para outra pergunta
Somos começo para outro fim sendo fim para outro começo
Pois o término da despedida é o início da partida.

E quando dei por mim as horas já haviam passado em tamanha intensidade que achei melhor apenas esperar...

sábado, 25 de abril de 2009

observações III

Não lembro das palavras que pensei há poucos instantes. Isso me frustra, pois recordo que eram melhor que essas.
Malditas reflexões de chuveiro, onde a água borra o papel.


Não é a obrigação que me enlouquece.
O silêncio das músicas.
Não é saudade o que sinto.
A dormência dos sentidos.
Não é o medo que me preenche.
A insegurança dos planos.
Não é amor o que procuro.
O desejo recíproco.
Não é dor o que me pertuba.
A ausência da minha imaginação.
Não é solidão o que me preocupa.
O fosco dos olhos.
Não é o tédio que me envenena.
A falta de cores do por do sol*.
Não é o passado que me assusta.
A descoberta do tempo ambíguo.

Não é beleza o que me atrai.
Não é o mistério que me aprisiona.
Não é a paz minha libertação.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

nessascidades

Eu não preciso beber tudo de uma única vez...
Pretendo pessar tempo suficiente para consumir sem a mínima pressa...




'Tenho comigo chá de hortelã, um maço de cigarros, um livro, um belo por do sol*, papel e lápis. Que mais preciso?'
'Nesse ponto da cidade não deverias vir com menos que um revólver. Bêbes já vêm com canivetes nessas bandas.'
'Bêbes não me interessam, tão pouco tenho dinheiro que atraia outrem. Se algum malandro aparecer saco o cigarro, posso até fazer um amigo, mas se não for o bastante: emendo com o chá.'
'A polícia pode confundir-te. Existem maltrapilhos melhor vestidos...'
'A polícia logo reconheceria minha finura, apenas pessoas requintadas bebem chá de hortelã rosa.'
'Já que insistes em enganar-te vou-me embora. E tua sorte é a maior riqueza que possuis. Passar bem.'
'Engana-se o amigo. Minha maior riqueza é esse belo por do sol*. Passar bem.'

quinta-feira, 23 de abril de 2009

BOoM!


Aturdida, olhou para todos os lados e só encontrou fumaça.
Seu ouvido zumbia de forma irritante, talvez houvesse ficado surda...
BOoM!
Outra explosão, mais longe, pôde ver a árvore da destruição brotar e tomar o céu.
Começaram os gritos e lamurios, nesse momento preferia ter perdido a audição.
BOoM!
Poderia dizer que a bomba explodiu na sua cara.
Cega por uns instantes.
Apalpou a cabeça certificando-se de poucos danos causados por estilhaços, nada profundo.
Ta Tá Rá Tá Tá
...
(BOoM!)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

perdas

Troquei minha janela por uma que não tem nuvens tão belas, onde as luzes não são tão belas.
Onde escrevo na escuridão.
Troquei minha janela certa por uma incerta que traz outras verdades e alegrias.
Troquei minha janela minha por obrigações, afazeres e senso de dever.
Só lamento por que de nenhuma janela poderei ver sua aproximação ao meu horizonte.

terça-feira, 21 de abril de 2009

•K-

Confidente mariposa que vigia meus passos e consola-me em teu silêncio.
O vôo pesado e desengonçado não ajuda tua beleza.
Em espanhol significa borboleta, mas não perdes teu tempo nas flores.
Talvez seja o que te faltas.
Mas não reclamo, mariposa, estás comigo isso é o importante.




segunda-feira, 20 de abril de 2009

semsalãodebeleza


Todas essas pontas secas...
Todas essas unhas descascadas...

Toda essa pele extra...
Todo esse descaso...

A vaidade pouca não atingiu ao sorriso.

A sociedade que não perdoa pouco incomoda.

domingo, 19 de abril de 2009

observações II

Uma libélula chocou-se com minha janela.
Talvez cinco vezes, talvez menos.
Ao cansar-se pousou no parapeito e lá ficou espreitando meu sono.
Quem sabe uma borboleta não fosse tão boba, pórem menos dedicada.
E uma mariposa ainda mais fiel, entretanto com menor graça.

sábado, 18 de abril de 2009

observações

Algumas nuvens parecem fortalezas voadoras, sólidas o suficiente para abrigar o castelo do gigante.
Outras são tão vaporosas que confundem-se com o resto do céu.
Existem as que assemelham-se a algodões, e talvez sejam tão doces quanto gostariamos que fossem em nossas infâncias.
Umas são meio termo, deformadas e espassas.
Há ainda aquelas especiais, onde nossa imaginação corre solta e conseguimos visualisar formas variadas; pássaros, anjos, dragões, moças, príncipes, deuses, gatos, leões, besouros, borboletas...
Mas as que me chamam a atenção verdadeiramente são aquelas coloridas pelos raios solares, em seus tons de ouro, laranja, rosa e vermelho...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

cedo

As nuvens estão se aproximando com a rapidez da brisa matutina...
O sol já se esgueira ofuscando as outras estrelas...
Os corpos luminescentes ao chão ainda brilham...

Poucos são os carros que trafegam, raros são os transeuntes...

Ainda existem carros e pessoas, ainda existe pulsação
Eu moro numa cidade que não para.

A chuva chega para começar o dia.
A chuva passa e poucos a perceberam.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

opostos complementares*

Limites - Infinito

Retilineo - Labirinto

Respostas - Perguntas

Solução - Problemas

Invisibilidade - Cores

Segredos - Rumores

Noção - Realidade

Inquietação - Tranquilidade
*lista crescente

sábado, 11 de abril de 2009

6575

Ela é uma nuvem que encobre o sol num dia nublado
Um talo de coentro numa porção de arroz
Uma canção que ninguém canta
Um quadro que ninguém admira
O brilho de pena no olhar d'um psicopata
A felicidade em gritos num parto
A queimada causada por um balão
A comemoração de uma morte
Apatia em comemoração

sexta-feira, 10 de abril de 2009

em 5

Segundos: uma bomba mata milhares
Minutos: alguns morrem outros nascem
Horas: alguns brigam outros confraternizam
Dias: alguns esperam outros finalizam
Semanas: alguns amam outros partem
Meses: algumas certezas outras dúvidas
Anos: alguns esquecem outros reencontram
Décadas: alguns eternizam outros nada
Séculos: alguns ascendem outros desgastam
Milênios: o mesmo pó em outras histórias


Pessoas: muitas conversas
Lugares: muitas ações
Objetos: muitos significados
Máquinas: muitas ciências
Animais: muitas evoluções
Alimentos: muitas vidas
Crenças: muitos destinos


E tenho dito.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

pensamentos-pescados-aleatoriamente

•Mesmo o vermelho tendo virado azul ainda não alcanço o céu.

•Sonho com o dia que aprenderei a desenhar as nuvens; extrair a essência das cores d'um por do sol* e pintar minha alma tal qual.

•As nuances dos raios solares, mesmo refletidos na Lua, enfeitam os olhares embebidos em fantasia.

•O desejo não cega. A dor é inconstante. Traições são sempre diferentes.

•Mentiras podem render melhores frutos; a verdade nem sempre é o melhor. O que é o melhor?

•Há mais mistérios do que alguém consegue pensar.

•Se o Superman fizesse a Terra realmente girar ao contrário não restaria Terra para ele mudar o passado.

•Por que o Pooh é ampoohtado? E as Meninas Super Poderosas?

quarta-feira, 8 de abril de 2009

no pain no gain

Eu deveria ter tido mais fé no que algumas pessoas me disseram tempo atrás.
Quando menos se espera acontece o desejado.
Isso é fato.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

frigidez


pelo contra pele
pele contra unhas
dedos contra cabelos
roupas contra mãos

língua e saliva

lábios e dentes

segura; solta; puxa; AR

Olha a hora; ir embora.
Vontade de ficar: pouca.
Qualquer desculpa: estão esperando.
Adeus.
Não esquecer o prometido.
Adeus.

segunda-feira, 23 de março de 2009

RE:

Veio a vontade não as lágrimas.
Secura na boca.
Trêmulas mãos.
Coração palpitante.
Sentimentos que fluem.

Vem a falta não a saudade.
Conversas surdas.
Abraços frouxos.
Sorrisos plásticos.
Lacunas do dia-a-dia.

quarta-feira, 11 de março de 2009

em resumo ---}{•

pequeno caleidoscópio inquieto

Se desejar faça-se libélula:
Almejando a brevidade.
Se não sonhar faça-se pedra:
Não incomodado em submeter-se.

domingo, 8 de março de 2009

a resposta que não dei

Eu não faço nada pra ser bonito, apenas faço.
E nem sempre chego a traduzir meu estado de espírito, porque acho que palavras são somente isso.
Achei engraçado você falar em cuspir, é isso que acontece comigo.
Às vezes atinge a cara ou o coração de alguém, mas na maior parte cai no vazio e fica por lá.

terça-feira, 3 de março de 2009

confusão

eu até achei que poderia
entre uma brincadeira e outra gostar-te
era apenas carência afetiva
pobre alma escarlate...

segunda-feira, 2 de março de 2009

o quão natural é um assassinato?

Em nosso mundo de feras recatadas, cães que ladram sem jamais morder, onde os verdadeiros assassinos nunca viram o sangue de suas vítimas a aceitação é o tapete perfeito para toda sujeira que não para de surgir.

Rostos raivosos, sorrisos desbotados
Rostos cansados, sorrisos acanhados
Rostos com sorrisos luminosos ferem o ego daqueles apaticamente humorados.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

extraio a melhor parte de você

amo-te, só eu sei o quanto.


amo-te.
não de forma desesperada, meu amor é calmaria.
não de forma possessiva, meu amor é liberdade.
amo-te em plenitude, mas sem desejos.
meu amor é apenas isso.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

faltAvidez

eu não tenho marcadores (ou rótulos)
não estou acostumada com muitos coméntarios (elogios ou não)
não me preocupo em chamar atenção

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Trago² e Deixo

minha vida;
meus impulsos;

algumas indecisões
algumas resoluções


o que quero não é o que desejo
e não espero o que foi sonhado
(ainda desejo e sonho)


Fui ou voltei, não sou eu quem decido
Parti ou fiquei, pedaços falam por mim

minhas despedidas sempre tão discretas, com aquele ar de: amanhã estarei aqui
minhas chegadas sempre tão quietas, quando saio parece que nunca estive ali

não lamento os poucos encontros;
não entendo os muitos pesarosos;
deixo algumas lembranças;
crio algumas recordações


E vou. Vôo.
Alto


amo um, a mim, a todos.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

604800

não lembro de todas as refeições que fiz.
não lembro de todas as minhas expirações ou inspirações.
não lembro de todos os meus anseios e sonhos.
não lembro do que fiz nos meus seissentos e quatro mil e oitocentos segundos.
nem dos exatos números que preenchi nos jogos que apostei.

mas ainda vivo, mesmo sem a lembrança.
uma memória fraca ou apenas falta de vontade?
uma vida existente, não vivida tão pouco sobrevivida.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

who knows about this tale?

Não foi numa bela manhã ensolarada, dum domingo que anunciava ser um ótimo dia, que percebi ter uma pessoa importante.
Não foi por um acaso -num rompante de sentimentos -ou de forma premeditada que você mostrou não me dar a reciprocidade em maneira igual.
...Seu espaço dentro de mim era imenso, mal restava lugar aos outros.


Tive ciúme e inveja; calada. Tive pena e raiva; calada.
Era feliz, tão feliz... Mesmo com migalhas.
O tempo passou, a fome cresceu e migalhas tornaram-se inúteis.
E o tão grande local, sem a manutenção necessária, passou a acumular sujeira.
...Uma infiltração aqui, outra ali.


Assisitia sua atitudes de perto -era uma sombra bem quista, por sinal.
Me incomodava sua subserviência, seu comodismo.
Me encantavam seus sonhos, sua capacidade.
Utilizei de estratégias erradas para tentar alcançar o que fosse melhor a você.
...Temporais vieram, algumas vigas começaram a ruir; o grande espaço diminuiu.


Pessoas entraram na minha vida, outras sairam da sua.
Finalmente tinhamos uma chance. Notei não querer mais, estava suficiente.
Viramos um trio estranho. Já não recebia migalhas, nada que viesse das suas mãos.
Alimentada, passei a dar atenção a quem me tratava ao invés de uma fonte antiga.
...Colunas podres não se sustentam por longos períodos; apenas um sussuro bastaria ao fim.

Um acontecimento trouxe seus berros. Mentiras urradas a quem as quisesse ouvir.
Suas lágrimas vieram, nunca entendi, pois meus sentidos estavam anestesiados.
Não pensei em tomar qualquer atitude; uma vassoura estava em minha posse.
Apenas resolvi usá-la. Vagarosamente me desfiz dos entulhos.
...Uma fundação com bonitos azulejos -arranhados ou quebrados pelo impacto, -agora limpa.

Segundo o dicionário:

Devaneador, adj. e s. m. Que, ou aquele que devaneia; sonhador.

Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)

Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.
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