Posso controlar meus sonhos, moldá-los a meu bel-prazer - a realidade é mais rígida e intragável. Talvez seja por isso que meu cigarro jaz apagado num cinzeiro imaginário; em meu reino onírico sinto-me viva sem precisar de provas físicas.
Enquanto a mente delicía-se com cores, formas e histórias, meu corpo permanece estático num cantinho escuro e sujo. Meu corpo faz do cantinho escuro e sujo. Escuro pois meus olhos cegos sugam dos arredores a luz, assim minha fuga nos sonhos torna-se ainda mais prazeirosa e alienadamente nescessária. Sujo por uma questão meramente biológica, afinal todo corpo exala odores do que é previamente absorvido.
II
Há 14 anos
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