segunda-feira, 26 de outubro de 2009

hospício - XIV

Posso controlar meus sonhos, moldá-los a meu bel-prazer - a realidade é mais rígida e intragável. Talvez seja por isso que meu cigarro jaz apagado num cinzeiro imaginário; em meu reino onírico sinto-me viva sem precisar de provas físicas.

Enquanto a mente delicía-se com cores, formas e histórias, meu corpo permanece estático num cantinho escuro e sujo. Meu corpo faz do cantinho escuro e sujo. Escuro pois meus olhos cegos sugam dos arredores a luz, assim minha fuga nos sonhos torna-se ainda mais prazeirosa e alienadamente nescessária. Sujo por uma questão meramente biológica, afinal todo corpo exala odores do que é previamente absorvido.

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Segundo o dicionário:

Devaneador, adj. e s. m. Que, ou aquele que devaneia; sonhador.

Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)

Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.
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