Não sei o que o cantor fala em sua letra, pouco importa. O som que ouço é alguém triste cantando uma música animada. Gosto desse timbre quase forçado de despreocupação.
Queria receber uma carta, ninguém se dá ao trabalho. Se ela tivesse palavras mórbidas e cheiro de mofo seria ainda melhor.
Ver as luzes da cidade me agrada; resolvi esperar o sol nascer e vê-las apagar. Um momento digno de poesia.
Tenho as pernas cruzadas, o caderno em meu colo, a mão direita fora da janela segurando um copo, as costas apoiadas na parede, o cabelo solto, olhos parados em algum ponto não visível; pose bem displicente, se me perguntarem, mas não irão.
A chuva vem e começa a encher o copo, continuo com a mão do lado de fora.
Uma noite pode ser noite sem lua ou estrelas, um dia não pode ser dia sem o sol.
II
Há 14 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário