terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Entrelaços


O dia estava nublado, mas não havia sinais de chuva. No caminho de terra que conectava a escola ao riacho uma menina andava de cabeça baixa chutando as pedrinhas que apareciam em sua frente, cada passo levantava uma pequena nuvem de poeira e seus sapatos de boneca já perdiam o brilho da graxa preta. De vestido cinza chumbo, blusa branca e cabelo metade trançado, ela trazia apertado em sua mão um pedaço de fita amarela.
- Maria! - gritou ainda de longe a menina de cabelos soltos e mesmas vestes que esbaforida estava correndo ao seu encontro. Tropeçou numa das pedras que foram movidas por Maria, mas nem assim conseguiu a atenção da outra. Levantou-se tão depressa quanto caiu nem se prestando ao trabalho de espanar a poeira do vestido, de faces vermelhas e cabelos agora desgrenhados tocou no ombro de Maria antes de chama-la mais uma vez.

- Cecília, o que faz aqui?
Antes de responder Maria, Cecília abriu um sorriso e mostrou duas fitas brancas.
- Vamos praticar como trançar juntas. A professora não vai se importar com a cor da fita se a trança estiver perfeita.

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Segundo o dicionário:

Devaneador, adj. e s. m. Que, ou aquele que devaneia; sonhador.

Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)

Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.
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