O dia estava nublado, mas não havia sinais de chuva. No caminho
de terra que conectava a escola ao riacho uma menina andava de cabeça baixa chutando as pedrinhas que apareciam em sua frente, cada passo levantava uma pequena nuvem
de poeira e seus sapatos de boneca já perdiam o brilho da graxa preta. De
vestido cinza chumbo, blusa branca e cabelo metade trançado, ela trazia
apertado em sua mão um pedaço de fita amarela.
- Maria! - gritou ainda de longe a menina de cabelos soltos e mesmas vestes
que esbaforida estava correndo ao seu encontro. Tropeçou numa das pedras que foram movidas por Maria, mas nem assim conseguiu a atenção da outra.
Levantou-se tão depressa quanto caiu nem se prestando ao trabalho de espanar a
poeira do vestido, de faces vermelhas e cabelos agora desgrenhados tocou no
ombro de Maria antes de chama-la mais uma vez.
- Cecília, o que faz aqui?
Antes de responder Maria, Cecília abriu um sorriso e mostrou duas
fitas brancas.
- Vamos praticar como trançar juntas. A professora não vai se
importar com a cor da fita se a trança estiver perfeita.
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