domingo, 14 de dezembro de 2014

cabo-de-guerra

Forças opostas disputam
A vitória é o prêmio
Não há fim para a competição
Um torneio de infinitas rodadas

Não haveria disputa se a corda não fosse segurada
Sem mãos sangrando pelo atrito
Sem cansaço...
Sem conexão entre as partes
Dois estranhos sem propósito

Sendo tantas vitórias vazias e derrotas doloridas, me pergunto se realmente há outro competidor que não eu mesma.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

soulless

Antes seus olhos sem alma olhavam para dentro de si.
Procurando.
Agora seus olhos sem alma olham para o mundo.
Sugando.

Seu sorriso, suas lágrimas, cada palavra, tudo armas.
Pobre criatura. Sem alma, sem calma. Só.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

tudo que eu quis foi dizer adeus


 E nos passos descompassados de uma dança desajeitada, não percebi cruzar a tênue linha que disse jamais ultrapassar – até que a música parou.


  Sempre assim, na minha distração me deixo atingir no único ponto que não quero deixar-me ferir.
É tarde para recuar, já sangro.



domingo, 14 de setembro de 2014

sobre raiva, sem culpados


Entre minha raiva e sua raiva eu pondero.
Enquanto tiver espaço pra uns sapos;
Ainda estando com paciência a ser queimada...
Eu me submeto a ser fantoche dos seus caprichos, ou do destino.
Porém quando as proporções passam dos limites;
O cansaço ou desgaste bradam em jocosidade;
A ideia de ser egoísta não parece um fardo tão pesado assim.
Então, após chuva e tempestades solares, minhas ações não deixam espaço a interpretação.

Carrego sem culpa o saco vazio do teu desgosto comigo, pois.
E quando a tua raiva passar, avisa-me.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Só quero, então, dizer que:


Eu dei para o primeiro que apareceu, depois de você.

E foi ótimo, my friend.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Porém


Não vou ficar presa a meias palavras, meios gestos, ao abstrato.
Me recuso voltar pelos mesmos meio caminhos, ao interminável.
Não vou ficar presa às intenções, ao amanhã e esperanças.
Eu ardo no agora e me satisfaço no presente.
Meu corpo precisa de corpo.
E acha.
Em outros.

domingo, 31 de agosto de 2014

cores que eu vejo


Foi num virar de pescoço que sumistes; esperei, então procurei.
Estava escuro e disseste-me que não tinhas cor.
Voltei por ti e escutei que deveria encontrar outrem, pois cores não faltavam nas pessoas; tu como exceção. Cores bonitas, que eu era merecedora, ao invés daquela escuridão e um ser acromo.
Respondi simplesmente que era tu quem me interessava, a tua cor ou a falta dela.
Não me ouviu.
Eu sou atraída pela cor que não percebes ter.
Ou pior, vejo multicolorido onde há ausência.
E também não percebes isto.



sábado, 9 de agosto de 2014

Oração II


Eu estou bem.
Eu estou bem.
Eu estou bem.
Eu estou bem.
Eu estou bem.
19/06

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Oração I


Eu não tenho medo de imaginar.
Eu não tenho medo de sonhar.
Eu não tenho medo de dormir.
Porque eu sei que sempre irei acordar.


18/07

terça-feira, 5 de agosto de 2014

divagando sobre o fim, em primeira pessoa.


Tenho tendencia ao drama, aos espetáculos, grandes cenas e diálogos intensos... Talvez por isso aprendi a duras penas que nem tudo tem um fim, como achei que seria um fim... Aquele grande ponto negro, de onde nada mais nunca mais.
Por vezes o fim é o meio, é o continuar como está. É a resolução em aberto; o telefonema que ficou para outro dia, o reencontro que não acontece, aquele livro que você parou na metade e nunca voltou a ler...

Depois de entender isso percebi como a vida é repleta de fins. O problema é que só muito depois, quando olhamos para trás sem hipocrisia, é que percebemos: eita, não é que acabou?

sábado, 2 de agosto de 2014

Auto-sabotagem


Eu não quero, mas faço.

Eu não temo, mas fujo.

Eu não vejo, mas procuro.

Eu não creio, mas imagino.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

rapidinha


Eu amo em completude.
Os defeitos e as qualidades.

Amar.
E só.
Um só.
Todo.
Outro.
Mesmo.
Amém.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

foi uma frase dita numa varanda


Um coração conquistado com uma mentira, ainda assim, ama igual.
Sofre e sangra igual. Bate no peito igual. E também para de bater.

Não faça pouco caso; ainda menos caso...
Mesmo que a mentira não tenha saído da sua boca.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

bixa melhore

tão lindo
ofender
sem querer
e sentir prazer
por ter ofendido

Não é a palavra que ofende
É a ofensa que se faz em palavra
Negar não é deixar de ser
Qual dor se fez em você?

domingo, 12 de janeiro de 2014

Uma prosa


No momento que me encontro não há figuras de linguagem que queira usar - sei que surgirão por fazerem parte da minha maneira de escrever.

Assim como os anos passam e a realidade torna-se o que nos envolve, decisões precisam ser tomadas de modo a que não reste espaço nos atos ao que não seja direcionado pela maturidade.

A vida é aquilo que fazemos dela, as dores e alegrias vêm do que procuramos. Seguir usando fugas não traz nada além de retardo ao crescimento; decisões sóbrias e duras têm que ser tomadas para que se cumpra o papel social designado, para que o crescer seja alcançado da maneira que é ensinado às crianças.

Não que os sonhos deixem de existir, não que se galgue uma trilha de arrependimentos, não que seja o decreto do fim da felicidade leve ou da alegria efusiva.
Nada de bom vem das fugas? Mentira. Nada de concreto vem delas, apenas.

Metas não serão postas como a razão da minha existência, porém a falta de motivos para o dia seguinte só é reflexo da estagnação; o ciclo de nascer-morrer parou num ponto crucial em que quanto mais tempo perdido, mais um peso aqueles que me cercam me torno.

Que eu seja o peso que minhas pernas aguentem.

Que me orgulhe dos erros que cometerei, que aprenda a lidar com minhas falhas, mas que seja eu quem me sustente às custas da minha própria capacidade.

Até quando der, até onde for, até como puder.

Segundo o dicionário:

Devaneador, adj. e s. m. Que, ou aquele que devaneia; sonhador.

Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)

Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.
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