quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

sobre II (o outro lado)




Me tranco num quarto para então escapar.
Caso fugisse mundo a fora, não estaria livre da perseguição.
Em qual esquina a maldita sombra se esconderia?
Ao menos agora sei o que me espera do outro lado da porta.

Minha dor vem da laceração que tal monstro me fez.
Atônito; dias não me fizeram entender o que aconteceu.
O corpo definhou, chagas se alastraram...
A perversa figura segue me torturando.

A principio sussurrava desculpas, esticando os dedos pela fresta

Logo trouxe alimentos e remédios para demonstrar fundamento ao apelo
Não tardou a ceder ao cansaço e as palavras foram sumindo com o passar dos dias.
Os sons diminuindo até restarem somente passos e o arrastar da bandeja.

E embora a maldita presença não siga uma rotina, está sempre a espreita...
Usando remédios e comida para se reafirmar.
Migalhas.
Tentando reconquistar o que há muito foi morto.

O que deseja de mim?
Que o corpo se entregue para ter toda carne destrinchada?
Enquanto restarem forças não deixarei minha guarda baixa.
E beirando a loucura faço do meu cárcere a minha motivação
Pois embora da vida já não tenha apego,
Meu orgulho não me deixará morrer.

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Segundo o dicionário:

Devaneador, adj. e s. m. Que, ou aquele que devaneia; sonhador.

Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)

Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.
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