Todo o barulho do mundo desaparece.
Tão extasiada pela sensação,

Sem abrir os olhos.
Meu corpo adormece.
Não preciso de ar.
Há fusão entre corpo e água.
Silêncio da vida.
Frio enrijece os músculos. (Mas)
Não existe o que segurar.
Aqui quero permanecer.
Sem identidade ou corpo próprio.
Paz.
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Pulmões apertam.
Olhos se abrem.
O escuro envolve.
Movimentos delicados transformam-se.
Braçadas erráticas.
O corpo grita "Não pertenço".
Quando finalmente a boca suga todo ar que é capaz...
A mente sente falta do barco abandonado.
Com sorte estará longe demais para alcança-lo.
É preciso terra; chega de ficar à deriva.
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