sábado, 31 de outubro de 2009

Escondida numa nuvem, quem me vê?


Encontrei nas nuvens o tapete perfeito aos meus pés alados.

Tapete multi-colorido que também serve de manto a meu ego ferido e de teto às minhas aspirações mundanas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

?

O frio é, também o calor.
Talvez seja o resumo (essa ausência de cor).
Entre o nada e o tudo;
O ser ou não.
É a linha ínfima e infinita,
Divisória dita inexistente,
Exatamente onde nos encontrarão.
O muro sem fim;
A eterna corda bamba;
O traçado por onde corre (e escorre)
As vidas, dentre suas dúvidas e insignificâncias.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

FIO DE TESEU

Minha aura é pegajosa e grotesca, parecida com uma teia de aranha: insetos pequenos ficam simplesmente presos, os grandes arrancam pedaços sem perceber. A verdade é que construo a teia para os grandes, que eles percebam e desviem depois de admirar meu trabalho alguns instantes. Nos pequenos injeto veneno e deixo-os para morrer longe o bastante de forma que não sirvam de distração ao meu projeto. Sou uma aranha autotrófica e alimento-me de meu ego.

Pobre Ariadne...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

YinYang


-I

Se cada momento é único
E cada felicidade a melhor
Não há medida para a vida com alegrias.
Gera lembranças tantas que em álbum algum caberia.
Os anos passam rapidamente,
Mas tem-se a certeza do aproveitamento máximo.
As memórias -pequenos frutos dourados,
Serão doadas à Posteridade, repassadas ao Futuro
Se no meio de tudo houver Amor.

-II

Porém cada tristeza marcando-lhe a ferro em brasa,
A vida de alegrias vira escárnio e pesadelo.
O tormento dos instantes demorará a eternidade,
Mas ao piscar passará muito tempo.
A mesmice da dor o consumirá,
Os momentos escorrerão
E a existência aproxima-se do Nada:
Tão odiado, temido e às vezes esperado.
Sendo morte libertação:
Será aguardada como uma amante.
Sendo ela vítima de horror:
Há de praguejar pela quantidade insuficiente de felicidade,
Todos os dias.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

hospício - XIV

Posso controlar meus sonhos, moldá-los a meu bel-prazer - a realidade é mais rígida e intragável. Talvez seja por isso que meu cigarro jaz apagado num cinzeiro imaginário; em meu reino onírico sinto-me viva sem precisar de provas físicas.

Enquanto a mente delicía-se com cores, formas e histórias, meu corpo permanece estático num cantinho escuro e sujo. Meu corpo faz do cantinho escuro e sujo. Escuro pois meus olhos cegos sugam dos arredores a luz, assim minha fuga nos sonhos torna-se ainda mais prazeirosa e alienadamente nescessária. Sujo por uma questão meramente biológica, afinal todo corpo exala odores do que é previamente absorvido.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

CÍCLICA

Agora finjo estar acordada;
Já não sou zumbi ou assombrada por vampiros,
Apenas estou dormindo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Meu bêbe já sabe andar, comer só e discutir Nietzsch

Este blog é meio idiota porque idiota é quem vos escreve.
E se observar as antigas postagens vê-se que hoje a qualidade está menos ruim, mas ainda longe de algo considerado realmente bom.
Esse post de aniversário não é por nenhum motivo 'de comemoração', passaram-se três anos e estou viva; penso que muita coisa não depende exatamente de mim. Por tanto sem comemorações.
Já houve mudança de layout, da personificação da autora, do local onde as postagens são enviadas\criadas. E sei que outras mudanças virão, caso tempo exista.
Quis usar esse espaço apenas para expor meus pensamentos (nada de vida pessoal), sem finalidade de divulga-los, tanto que já recebi reclamações por não ter dito "que tinha um blog antes" e por ser difícil de acha-lo, já que não aparece no google e os únicos lugares onde existem link dele são os blog's dos meus amigos. Nada disso me importa, não quero comentários por educação e pouco me incomoda se recebo apenas cinco visitas por semana. [Além do mais tenho medo que algum espertinho me ache uma gênia e roube-me ficando com os direitos autorais do que escrevo. xD]
Não posso culpar minha vida pela falta de postagens diárias, acontece que existem dias de inspiração excessiva e meses em que reviro cadernos e caixas atrás de algo descente para não deixar o blog muito tempo abandonado. Agradeço muito a quem criou a opção de programar. Antes eu simplesmente postava com datas adiantadas e perdia toda a graça da atualização.
Finalmente, agradeço a todos aqueles que me acompanharam em vida online ou não, me cobrando postagens, dando opinões sinceras, criticando meus erros ortográficos e inspirando-me, enfim, recebi todo o apoio que tenha precisado.
Sou grata, realmente muito grata, a quem quer que tenha lido esse post inteiro.
(Se chama consideração, Nath...)
A'Naya
=*

carpe diem

Chuva.
Alma limpa, leve.

Bolhas.
Alma leve, solta.

Deixe-me sorrir um pouco mais, sem ter culpa em fazer coisas pequenas.


uma dose de alegria...

sábado, 10 de outubro de 2009

Uma cena poética forma-se lentamente para olhos sonhadores a captarem...

Primeiro o breu, completo e devorador.
Surge um ponto avermelhado, tal uma chama de vela. Seria uma luz para os desesperados?
Logo depois acende um ponto celestial, então juntos brilham simbolizando todos os tipos de esperança.
Por último, ao chão passa a reluzir algumas embarcações. Talvez seja a visão do caminho que leva a Hades, mas não com Caronte como condutor e sim com cada alma guiando-se aos ventos que crêem encherem suas velas.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

cinza

Às vezes quarto, às vezes casa.
Por vezes janelas, por vezes olhos.
Encontrei no céu e preencheu a cidade.
Cobriu prédios; emitido por luzes.
Padrão de vida.
Escorre pelos canto da boca em meio a sorrisos.
A metrópole perdeu a cor...
Ou foi construida de cinzas?

Segundo o dicionário:

Devaneador, adj. e s. m. Que, ou aquele que devaneia; sonhador.

Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)

Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.
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