terça-feira, 22 de abril de 2008

então ela escreve coisas bonitas para esquecer

"Observai, isso não passa de um cemitério de sonhos"(Nemo e Alethia)
O céu não estava tão iluminado, mas tinha sua beleza, as nuvens pesadas expressam melancolia. A cidade parecia não se incomodar, ritmo frenético e infatigável. A paisagem fundia os cinzas, prédios que chegam às nuvens; nuvens que escorrem ao chão. Chuva não há. Fumaça sem fogo. Frio. Seco. Pulmões doloridos, andando pelas ruas, alguns prontos para se proteger com guarda-chuvas, outros sem blusa. Narizes ressequidos que respiram o vapor do cafezinho, a fuligem dos canos de escape, o ar poluido como um todo, o ar condicionado, viciado, de uma sala fechada. Cabeças pulsantes, ouvidos pulsantes, estomagos pulsantes; tudo pulsa na cidade que não pára.
O vento... uma brisa... ninguém repara nas folhas de raras árvores, balançando. Não há calor à abrandar. Empacotados ou acostumados, ninguém repara na leve brisa que faz poucos fios entrelaçarem. Que faz as nuvens dispersarem e um sol pálido destoar...
Não percebem o sol, mas quando as luzes se ascendem preocupam-se em ir para casa, sair de casa, acolher-se em qualquer lugar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Segundo o dicionário:

Devaneador, adj. e s. m. Que, ou aquele que devaneia; sonhador.

Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)

Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.
eXTReMe Tracker