A melhor conversa que tivemos.
De minha parte - paredes são testemunhas - palavras agridoces, almiscaradas e rijas foram embaladas por lágrimas. Tristeza fazendo-se carvão, alimentando a raiva enquanto transformava-se em cinzas para a brisa levar.
Levou também as palavras, que foram curtidas por anos: hora por amor, hora por ressentimento.
Dei vazão aquilo que precisava ser dito, o necessário à sanidade e nada mais - no tênue limite entre dor e loucura.
E teus ouvidos ficaram tão agradecidos, bem sei. Não me dirás, mas foi melhor o silêncio; exaures-te tão fácil.
Palavras ditas que não foram ouvidas, para alegria da boca minha e alívio dos ouvidos teus.
Regojizas, terás tanto silêncio quanto desejar.
Será meu presente, dedicado pelo amor que ainda sigo a cultivar.