De maneira confortável e deleixada, sua posição no sofá continuou a mesma enquanto a encarava terminar o ritual de chegada.
Ao fim de um demorado banho sentou no sofá e desejou ter algo que parecesse oportuno falar, mas lhe vinham apenas palavras de raiva e mágoa, então permaneceu calada olhando o visitante de soslaio esperando que as palavras dele fossem as primeiras.
Ele nada disse; um longo momento de silêncio desconfortável foi quebrado por uma piada dela, riu um pouco e aguardou até ela começar a discussão.
Irritada, pela postura silenciosa que ele sempre adota, perguntou o que fazia ali; seu constrangimento pela inesperada visita transformou-se em indignação.
Respondeu que veio pela conversa que deveriam ter e recebeu de réplica um comentário sarcástico sobre ela monologar -um exagero assim como a maioria das opiniões dela, mas não externou o pensamento e esperou que o resto do diálogo fosse conduzido.
Calou-se e resolveu nada falar até que ele o fizesse, havia cansado de gastar suas palavras tentando construir uma relação fadada ao fracasso.
Em silêncio ficaram.
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