terça-feira, 13 de setembro de 2011

egoismoepalavrasnaoditas

Ela entrou no apartamento imersa em pensamentos, só após tirar o casaco e por as chaves sobre a mesa notou alguém sentado no sofá.

De maneira confortável e deleixada, sua posição no sofá continuou a mesma enquanto a encarava terminar o ritual de chegada.


Ao fim de um demorado banho sentou no sofá e desejou ter algo que parecesse oportuno falar, mas lhe vinham apenas palavras de raiva e mágoa, então permaneceu calada olhando o visitante de soslaio esperando que as palavras dele fossem as primeiras.


Ele nada disse; um longo momento de silêncio desconfortável foi quebrado por uma piada dela, riu um pouco e aguardou até ela começar a discussão.


Irritada, pela postura silenciosa que ele sempre adota, perguntou o que fazia ali; seu constrangimento pela inesperada visita transformou-se em indignação.


Respondeu que veio pela conversa que deveriam ter e recebeu de réplica um comentário sarcástico sobre ela monologar -um exagero assim como a maioria das opiniões dela, mas não externou o pensamento e esperou que o resto do diálogo fosse conduzido.


Calou-se e resolveu nada falar até que ele o fizesse, havia cansado de gastar suas palavras tentando construir uma relação fadada ao fracasso.



Em silêncio ficaram.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Segundo o dicionário:

Devaneador, adj. e s. m. Que, ou aquele que devaneia; sonhador.

Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)

Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.
eXTReMe Tracker