Ainda não acredito que tudo que senti passou; era bom, mesmo com os pesares. Foi rápido, embora sete meses sejam bastante tempo.
Ainda não acredito que já não sinto diferença entre sua presença e a de outro amigo; o bem-estar que disfarçava a exaltação e o êxtase foi substituído por uma indiferença, representando a agradável companhia, que nem sempre é a melhor, mas muito bem vinda, como qualquer amigo...
Ainda não acredito que o abraço tenha perdido o significado de aproximação e tenha ganhado o simples sentido de demonstração de carinho, que já não passe arrepios, que já não seja ora apressado ora demorado, que já não seja o melhor...
Ainda não acredito que o beijo não passa de um gesto, que tenha deixado de ser meu sentimento oculto tocando sua face...
Ainda não acredito na pulsação regular e na respiração continua.
Ainda não acredito que, amigo, você não passe disso.
Ao lembrar de sonhos e insinuações tudo fica surreal, é como se tivesse sido uma droga, cujo o efeito passou e sinto o amargo da realidade invadindo-me. É como uma droga: ilícito-platônica; é como se não tivesse esquecido da vida, mas houvesse fugido da verdade. Acordei.
Agora a realidade amarga.
Porque antes os sonhos diziam que você seria meu.
Quando não há sonhos. E o objetivo não foi alcançado.
A realidade é amarga.
Meu carinho pede sua felicidade, minha consciência, ressentida, diz que você a perdeu.
Mas agora não deixará de ser tarde.
Com licença, tenho que dormir.
Sonhar, talvez. Contigo, duvido.
Até amanhã.
Beijos sem paixão
Abraços de cortesia
by Sofia di Luna
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