16/11/2006 às 12:42 am

Todo amor
Toda morte
Todo ardor
Toda sorte

*

Porque todo espaço

é pequeno

Porque toda luz

é insuficiente

Porque nem toda dor

é latente

*

Porque cada lágrima é a última

Porque cada grito é uma desculpa

Porque cada amor é eterno

Porque quem nunca amou

***

Aqui estou eu novamente, na madrugada crescente, chorando por algo que não aconteceu. Mesmo que cada lágrima que eu derrame seja a última, e cada dor a penúltima, o que sofro é o início do mesmo.

***

Por que insisto em ser o que não sou?

Eu acho que sei porque sofro tanto, Acho que a verdadeira dor é a dor da alma.

*

Por que insisto em dizer minhas verdades

Se verdades são o que me faltam.

by Sofia di Luna

O que era para ser dito, mas não foi a tempo...

“-Danny? Ouça. Vou falar-lhe sobre isso pela primeira e última vez. Há coisas que não se devem dizer nem a um menino de sessenta anos; mas o modo como as coisas devem ser e como são na realidade dificilmente coincide. O mundo é um lugar duro, Danny. Não se importa com a gente. Não odeia você nem a mim, mas também não morre de amor por nós. Coisas terríveis acontecem no mundo, e são coisas que ninguém pode explicar. Indivíduos bons morrem de forma ruim e dolorosa e deixam as pessoas que os amam sozinhas. Às vezes, parece que só as pessoas ruins permanecem sadias e prósperas. O mundo não ama você, mas sua mãe o ama e eu também. Você é um bom menino. Angustia-se pela morte de seu pai e, quando sente que precisa chorar pelo que aconteceu com ele, esconde-se num armário ou debaixo das cobertas e chora até que saia tudo de dentro de você novamente. É isso que um bom filho deve fazer. Mas, veja, você continua vivendo. É sua obrigação, neste mundo duro, manter viva a chama do amor e ver que continua vivendo, não importa como. Seja um bom artista e continue.”

(O Iluminado/Stephen King; Editora Nova Cultural - pág. 444)

by Sofia di Luna