segunda-feira, 10 de setembro de 2012

enquanto isso

No rosto refletido,
Pupilas dilatadas.

Boca entre aberta,
Respirar profundo.

Pulso rápido,
Mente branda.

Na ponta dos dedos a lembrança de outro coração acelerado.

domingo, 9 de setembro de 2012

sem bote salva-vidas

Mergulho.
Todo o barulho do mundo desaparece.

Tão extasiada pela sensação,
Nado cada vez mais ao fundo.
Sem abrir os olhos.

Meu corpo adormece.
Não preciso de ar.

Há fusão entre corpo e água.
Silêncio da vida.

Frio enrijece os músculos. (Mas)
Não existe o que segurar.

Aqui quero permanecer.
Sem identidade ou corpo próprio.

Paz.






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Pulmões apertam.
Olhos se abrem.
O escuro envolve.
Movimentos delicados transformam-se.
Braçadas erráticas.
O corpo grita "Não pertenço".
Quando finalmente a boca suga todo ar que é capaz...
A mente sente falta do barco abandonado.
Com sorte estará longe demais para alcança-lo.

É preciso terra; chega de ficar à deriva.