domingo, 26 de maio de 2013

em luto


Lábios rubros representam a dor
Cílios ainda mais negros são o véu

Assentar, Fluir e Secar
O espaço do que foi arrancado há de reconstruir-se
Em tempo; apenas a memória restará



Por que tantas mortes?
São os maus amores...

sábado, 25 de maio de 2013

one less



Tudo que posso fazer é continuar respirando
Embora até isso parece dificil
Meu peito fica mais pesado a cada movimento

Em resolução rápida tento escapar da angústia que envolve
Correndo, as palpitações do esforço se confundem com os sintomas de raiva e desespero
Os pulmões queimam e num surto parece-me que o ar é meu veneno

Breve esclarecimento vem, não há névoa tóxica: é apenas a visão turva

Sem ter para onde fugir - já que a cela está dentro de mim
Resta apenas, exausta, resignar-me enclausurada em meu mundo interior
Onde os piores pesadelos não são capazes de dilacerar tal a realidade



o melhor e o pior!
Venha abstinência,
sem sonhos lúdicos
e engodos pérfidos





segunda-feira, 20 de maio de 2013

caetaneando

O vermelho que falta ao pulso
Também desbota nos bios

A noite não resume-se, nem é prolongada

"Deixa o tempo seguir
 Nós quedemos aqui  
 Deixa o galo cantar"

E após troca de saliva, canções e verdades...
Me vêm a certeza de que problemas devem ser resolvidos - nada além.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

caso descauso


Das desculpas que dou,
Pela verdade que não digo.
Entender os motivos é desimportante.
Aceitar o silêncio do não dito,
Pelo conforto da mudez cúmplice.

Afinal a sutileza do óbvio é melhor apreciada em certezas não confirmadas.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

cabeça cheia, estômago vazio


Tanta náusea que já confunde-me a razão
Ignorando as dores, com lábios fechados - pura precaução

Dando passos a esmo,
Por ruas em breve nostálgicas.

terça-feira, 14 de maio de 2013

palpável na condição de etéreo


olhos poéticos por causa da cortina de garoa e luz sépia




Nas veias da cidade
Em plena madrugada
Vê-se o que desejar
Restaurantes, lixo, crianças
Quadras, marquises, outdoors
Prostitutas, diversão e bêbados
À escolha.

-De escudo uma coluna de fumaça

sexta-feira, 3 de maio de 2013

erapara



A fascinação é farsa. O transe é dispersão.
O tédio que impregna tudo que toco cria necessidades que a nenhum outro seriam.
O não envolver-se é mentira.
O descaso proposital é fantasia.
Apenas o desespero e a solidão habitam o mundo que governo. Todo o resto são sombras da imaginação.

E essa vontade de morrer?
E essa angústia em viver?


-2010
Revirando a Caixa de Pandora
Encontro as dores que deixei
Já não atingem, mas refletem
Há motivos para o ostracismo
Hora de prendê-las novamente

Segundo o dicionário:

Devaneador, adj. e s. m. Que, ou aquele que devaneia; sonhador.

Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)

Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.
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