quarta-feira, 29 de julho de 2009

re-forma

Percebi que não é tempo de azul.

Também não é hora para o vermelho.

Antes de tudo é preciso preparar-se.

Faço o acabamento cuidadosamente; limpo bem cada quina.

Então pinto de 'branco', esperando o momento certo de tonalizar a alma.

E para impedir a simples uniformização salpico algumas estrelas.

Reluzindo, espero que sejam o primeiro passo rumo à verdadeira energia.

domingo, 26 de julho de 2009

11:11 PM

Andei em circulo até chegar a algum lugar.

Esperei sentada até sonhar que partia.

Me diz que a dor vem de fonte única; engano.

Chorar adianta de muitas coisas; principal assassino do orgulho.
(Pena que lágrimas andam escassas.)



Descasca o céu que trago na ponta dos dedos.
Belo céu azul que logo tornar-se-á vermelho.
Vermelho da energia que falta em mim.
Falta cíclica e irreparável.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

considerações finais

Se te mato, és zumbi.
Se te prendo, és fantasma.
Se me escondo, és sombra.
Se me acomodo, és espinho.
Se viajo, vens na mala.
Maldita perseguição, da qual não sei minha parcela de culpa.

terça-feira, 21 de julho de 2009

21may

E eu chorei como uma criança;
Sem controle ou motivo exato.
Quase desesperadamente, pois.
Soluços e contrações, berros.
Minha causa inexata foi você.
Maldito seja o amor entregue:
Todo de mim, mas nada possuo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

chuv.ah!


Gotas frias tornam as roupas molhadas e a pele.

Vento gélido faz da respiração pesada, tensa e profunda.

Tem sua própria temperatura, o coração, independente do tempo.

O guarda-chuva que nada guarda, a capa que não protege.

No rosto um sorriso, nos olhos água.

Conversas que terminam sem final.

Eu sinto pelo que foi.

Calor vindo de uma pequena peça d'um incrível quebra-cabeça.

Conforto inexistente.

Agradabilíssima, porém, a companhia.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

2:10 PM

Das escolhas que faço não me arrependo. As consequencias doem, apenas...
Dos amigos que perco, dos amigos que descubro nunca terem sido.
Das manhãs irritantemente ensolaradas, das noites nubladas.
Do calor incômodo, do frio excessivo.
Da paixão morta, do descaso proposital; da rapidez dos enganos.
Dos, simples(eterna)mente, pensamentos.
Do inimaginável. Do incompreensivel.
Da certeza da falha ser melhor que a dúvida do acerto.

-vômito

domingo, 5 de julho de 2009

Who?

Um sussurro de vida,
No meio do nada.
O sopro da morte,
No topor da vida.
A máscara sombria,
No rosto feliz.
O sorriso alegre,
No homem perverso.

A lágrima da mãe,
O choro do pai,
E o riso do filho.

sábado, 4 de julho de 2009

quatro de dezembro de dois mil e sete

Só pelo fato de não saber o que escrever, escrevo.
E pelo fato de não pensar duas vezes, acerto.
E quando reflito sobre tudo, inerte.
Porque amo e não deixarei, estupidez.

Por errar e errar sigo em frente, ao acertar já não sei.
Vivendo e sorrindo, sigo cantando;
Palavras silenciosas que não constroem sentido;
Melancolia escorre pelos olhos.

A medida do tempo é o tédio.
Da felicidade a tristeza.
Da guerra o interesse.
Da pureza o pecado, e nesse caso: vice-versa.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

entre melodia, afago e âmago.

O escutar límpido e "ao vivo" não pode ser comparado a qualquer tipo de reprodução.

Os agudos fundidos aos graves num emaranhado de notas.

Os altos e baixos ruídos englobados à música.Sendo parte indireta, para orgulho deles e desprezo dela.
A força de cada timbre interagindo às células.
Os movimento por vezes leves, por vezes bruscos.
A atmosfera encantadora do teatro.
Tudo é uma bela composição.
Transcende os sentidos e acalenta a alma.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ruídos:

Unhas friccionando pele.
Ranger de solas.
Estalos de cadeiras.
Arrastar de sapatos.
Tilinar de pulseiras.
Roçar de tecidos.
Passar de folhas.
Caminhar sobre madeira.
Remexer do plástico.
Cruzar de pernas.
Esticar de braços.
(Ajeitar-se.)
Sobrepassar da palma.
Respirações, bocejos.
Fungados, pigarros.
Tosses, espirros.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

nuances

Me encanta o céu; às vezes tenho fascinações passageiras.
...borboletas, libélulas, mariposas...
...cores, formatos, texturas...
...jogos, livros, filmes...
...músicas, silêncio, tédio...
...tempo, clima, temperatura...
...sentimentos, sensações, percepções...
Coisas que passam e voltam, que mesmo na ausência deixaram rastros.
-escorre

Segundo o dicionário:

Devaneador, adj. e s. m. Que, ou aquele que devaneia; sonhador.

Devanear, v. tr. dir. Imaginar, fantasiar, sonhar; intr. delirar; dizer ou imaginar coisas sem nexo; desvairar; tr. ind. cuidar, pensar. (De de+lat. vanu.)

Devaneio, s. m. Ato de devanear; sonho; fantasia; delírio, divagação; quimera.
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